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Sweet Nothing

Sweet Nothing

Qua | 29.06.11

Dreams of Love - Capítulo XXIII - Os novos namorados do glorioso.

         Olá a todos os leitores que continuam a seguir o blog atentamente sempre à espera de um novo capítulo. Quero avisar desde já que este é um dos maiores capítulos que escrevi, uma vez que vocês mereciam. Espero que gostem.

Durante o capítulo vão encontrar uma nova forma de linguagem : a da pequena Sophia, filha do Luisão e da Brenda. Percebe-se bem, a meu ver.

Não se esqueçam de deixar a vossa opinião, e se nunca o fizeram aproveitem o dia de hoje para o fazer.

 Capítulo XXIII – Os novos namorados do glorioso.

 

 Dezembro, o frio na cidade das sete colinas fazia-se sentir e tinha de andar sempre acompanhada com um guarda-chuva, acessório que detestava, para evitar gripes desnecessárias. Já me encontrava de férias, uma vez que estávamos perto da época natalícia. Hoje, o Benfica defrontava em casa o seu maior rival, o futebol clube do porto, no último jogo do ano de 2009. Estava nervosa, ficava sempre quando eram grandes jogos.

            Nestas últimas semanas tinha passado bastante tempo com Ruben, e ao mesmo tempo com David. Estava cada vez mais integrada na vida lisboeta e sentia-me feliz, libertada e acima de tudo sentia que a cada dia que passava o futuro me reservava coisas melhores.

            - Mas que belas, que estão as minhas “chicas”. – Disse quando encontrei Romi e Elena nos camarotes.

            - Já olhaste bem para ti, sua desnaturada que nem às amigas sabe telefonar?! – Perguntou-me Elena com um sorriso no rosto e dando-me um beijo na bochecha.

            - Oh, desde que a escola acabou ainda não parei um minuto … - era verdade.

            Ou estava em casa da Rita a aturar os seus dramas, ou em casa do Ruben a incentiva-lo para que convidasse Lia para sair. Sim, o menino Ruben apesar de continuar a manter o contacto com Lia pelo telemóvel era incapaz de a convidar para sair, e a cada dia que passava ficava mais “amarrado” na irmã de uma das minhas melhores amigas. Se não estava em nenhuma das situações anteriores, estava com David ou com Andreia.

            - É verdade, eu posso confirmar! – Andreia saiu em minha defesa. – Esta piolha não pára um segundo.

            - Ah ah , falou a grande. – Ripostei, continuava a não gostar que me chamassem pequena ou infantil, mesmo que fosse num bom sentido.

            A gargalhada foi geral e depois de me picar mais um bocadinho com Andreia, dirigi-me às restantes companheiras dos meninos que representavam o glorioso. Antes do jogo começar, conversei um pouco com a Dona Anabela – mãe do Ruben – que me tratava sempre como sua filha.

            Depois dos exercícios de aquecimento, cumpri o ritual a que me tinha habituado, digitando a seguinte mensagem: “Óh zuca, dá uma lição de samba a esses tripeirinhos :). Boa sorte., beijinhos *

Fábio, acompanhou-nos tal como Ruben e veriam o jogo no camarote.

            Depois de o ver entrar em campo guardei o telemóvel na bolsa. Ia ser um jogo de nervos.

            O Benfica dominava o jogo, tinha mais posse de bola e estava e atacar mais vezes, aos 22 minutos o Saviola faz o estádio da luz entrar em êxtase. Pouco tempo depois, o David viu amarelo…

            No final, uma vitória simples por uma bola a zero fazia com que os adeptos do Benfica fossem mais descansados gozar desta época natalícia.

 

            Para comemorar esta vitória, decidimos que depois do jogo nos encontraríamos num restaurante para jantar. A viagem não foi muito longa e sempre animada. Quando saímos dos carros David tinha acabado de chegar, sorriu-me e eu retribui-lhe o sorriso dirigindo-me a ele. 

 

            - David, - disse-lhe abraçando-o. – Que bela lição de samba, muito bem.

 

            - Gostou, pequenina? – David tinha apanhado o vício do Ruben e por mais que soubesse que eu detestava que me apelidassem de pequena, ele fazia-o de uma forma diferente, mais carinhosa.

 

            - Claro que gostei, quem é que não gosta de uma vitória aos dragões? – Ao proferir estas palavras fiz uma careta que lhe provocou uma gargalhada.

 

            - Ó cara de cu, vens para dentro ou hoje não estás com fome? – Ruben apareceu à porta do restaurante e só aí reparamos que éramos os únicos que permanecíamos no estacionamento. – E tu, piolha também vais ficar por aí?

 

            - Não respinga, Ruru não me respingues. Está com fominha, é? Pronto, nós já vamos.

 

            Entre picardias e gargalhadas o jantar decorreu animado, aliás como já é hábito quando esta grande família se reúne.

 

            - Maiana, hoze ainda não me deste um beihinho… - Sophia, filha da Brenda e do Luisão, estava sentada ao meu colo a brincar com uma boneca. Tinha desenvolvido um grande carinho por aquela menina e ela por mim.

 

            - Ainda não? – Ela abanou a sua cabecinha negativamente. Rapidamente a repeniquei de beijinhos naquelas bochechas fofinhas. – E agora? Já chegam, ou posso continuar? – Continuei a dar-lhe beijinhos e a fazer-lhe cócegas.

 

            - Páia, páia! – Pediu-me a rir, e quando a soltei foi para o colo de Ruben que depressa começou a entretela.

 

            Aproveitei e dirigi-me à casa de banho no fundo do restaurante. Os lavabos femininos e masculinos encontravam-se na mesma divisão, e quando me dirigia para os femininos acabei por embater em alguém. Consequentemente, desequilibrei-me e se não fossem umas mãos grandes a agarrarem-me no braço e nas costas tinha caído redonda no chão. David.

            Apercebi-me que tinha sido ele que me agarrou depois de olhar os seus olhos. Estávamos bastante próximos, a sua respiração embatia contra o meu rosto. O seu olhar percorria a minha cara, imitando o gesto dos meus olhos.

 

            - Ah, táz aqui Maiana.

            Sophia apareceu entretanto, eu e David rapidamente nos afastamos.

 

            - Olha a minha princesinha docinha, cê hoje ainda não conversou comigo. Deixe a Mariana ir ao banheiro e ela depois vem ter connosco, sim? – Perguntou-lhe David extremamente carinhoso, pegando ao colo Sophia.  

 

            - Vai com o David princesa, eu já vou ter com vocês para paparmos a sobremesa. – Incentivei-a, e deixei que o meu olhar encontrasse mais uma vez o de David. Sophia acenou afirmativamente e começou a mexer nos caracóis de David. – Obrigada por me teres agarrado, David.

 

            - De nada, ainda bem que cê não se machucou. – Dito isto, virou costas e com Sophia ao colo seguiu para juntos dos outros.

 

(…)

 

            Depois do pequeno incidente da casa de banho, dirigi-me para junto de Sophia onde consegui que comesse a sobremesa, com o olhar atento de David poisado em nós.

            Toda a gente estava divertida, e novamente Sophia encontrava-se no colo de Ruben. Nesse momento, surgiu um dos melhores e mais constrangedores momentos da noite.

 

            - Ó Úben, quando uma minina e um minino ‘tão muito petinhos um do outo e o minino está a agaiel a minina, são namoiados?

 

            - Pertinho um do outro, Sophia? Assim como está o papá e a mamã? – Brenda e Luisão estavam a alguns metros de nós a dançar juntos ao ritmo de uma balada.

 

            - Xim, axim. – Confirmou a pequenina.

 

            - Sim, em principio são namorados princesa.

 

A reacção da menina foi um misto de surpresa e felicidade. A sua mãozinha viajou do braço de Ruben para a sua pequena testa, cobrindo o seu olho. A sua boca abriu-se num sorriso enorme, e exclamou:

 

            - Uhhh , então eu tá sei quem são os nobos namoiados do gluioso.

 

            

Como imagino a carinha da pequena Sophia, aquando da sua última fala.

 

 


 

 

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