Dreams of Love - Capítulo XXI - Fantasmas do passado.
Olá leitores, eu sei que está pequenino e por isso peço desculpa. Mas, acho que vocês mereciam qualquer coisinha esta semana e como eu não ando muito bem o capítulo pode até estar uma autêntica porcaria. Neste capítulo deve ter poucos comentários - o que vai acontecer nos próximos, quase decerteza - pois, como sabem eu tomei uma decisão e não vou avisar ninguém de que postei. Todos os leitores que eram informados, já sabem desta minha decisão tomada no último capítulo. Espero que gostem ... e desculpem-me se não corresponder às vossas espectativas.
Capítulo XXI – Fantasmas do passado.
Fábio e Ruben só pareceram notar a minha presença, quando correram pela terceira vez com a restante equipa à volta do campo. Não se encontrava muita gente no Seixal, mas a que estava fazia-se ouvir e apoio era constante. Tivemos direito a um jogo entre os jogadores. David e Ruben não ficaram na mesma equipa, e a de Ruben acabou por perder com dois golos de Saviola, que fazia parte da equipa de David.
Estava bastante atenta a cada movimento dentro das quatro linhas, que quando o meu telemóvel deu sinal de chamada, nem olhei para ver quem era e atendi de imediato.
- Sim? – interroguei a pessoa do outro lado da linha.
- Olá, olá princesa… Vejo que continuas a apoiar o teu Benfica. Tens gostado das minhas mensagens? – A minha respiração passou de normal a ofegante, acompanhando o ritmo desnorteado do meu coração. Não, não podia ser.
- Então, o gato comeu-te a língua princesa? Voltaste para Portugal e não avisaste aqui o João?
Aquilo que o meu cérebro tanto negava acabava agora por confirmar-se, desfazendo todas as dúvidas que existiam. Agora que tudo parecia encaminhado, ele tinha de aparecer e voltar (ou pelo menos tentar) estragar tudo. Num impulso, deixei que o meu polegar carregasse na tecla vermelha e me trouxesse um pouco de silêncio, a sua voz tinha desaparecido. O meu corpo termia da cabeça aos pés, e apenas consegui perceber que o treino tinha terminado quando ao virar a cabeça vi o campo vazio bem como as bancadas, apenas eu permanecia ali. Não tive forças para me levantar, aquela voz que tanto de bem como de mal me tinha feito ainda permanecia na cabeça. Fechei os olhos, abracei o meu tronco com os braços e fiz com que o meu cérebro acordasse daquele pesadelo. Desejei estar atrasada para a primeira aula, ou então ter acordado a meio da madrugada mas, o pesadelo era bem real e eu tinha mesmo recebido a sua chamada.
- Mariana, que cê tá fazendo ainda aqui? Não vi você na sala e pensei que estivesse junto ao carro … - ouvi aquele sotaque brasileiro ao cimo das escadas que rapidamente desceu e dirigindo-se ao lugar ao meu lado, prosseguiu.- Mariana, o que se passa com você? Porque cê tá chorando?
A cada som por David proferido, o meu corpo colava-se ainda mais a ele próprio, e o meu rosto estava escondido entre os braços e os joelhos. Uma mão quente tocou perto dos meus ombros e mais uma vez:
- Mariana, o que está acontecendo? – A sua voz “transpirava” preocupação – Pequenina, fala pra mim por favor.
A sua mão continuava no meu ombro direito e a outra abanava-me suavemente como a pedir uma reacção minha. Tentei recuperar e acalmar-me duas vezes mas sempre sem sucesso. Depois de mais cinco minutos naquilo, consegui acalmar-me um pouco e proferir baixinho:
- Tira-me daqui David.
Ele nada disso, limitando-se a ceder ao meu pedido. Colocou as suas mãos nas minhas e obrigou o meu corpo a emergir daquele banco vermelho. Com algum custo e sem uma palavra proferida durante todo o caminho, chegamos ao Audi Q7 branco. O meu corpo estava quase sem reacção e apenas se limitava a movimentos básicos como levantar as pernas para dentro do carro e os meus braços a se abraçarem mutuamente. Os meus olhos percorreram o rosto de David, que pelo olhos se mostrava intrigado e uma linha de preocupação. Fechou-a porta da pendura lançando-me mais uma vez aquele olhar, caminhou até à traseira do carro onde abriu a mala e colocou o saco que continha o equipamento, depois dirigiu-se ao lugar do condutor. Não consigo precisar o tempo da viagem, apenas posso dizer que o silêncio era apenas interrompido pelo motor do carro e pela minha respiração pesada. Os meus olhos distinguiam a “olhos vivos” um David impaciente e preocupado. Talvez quando isto aclama-se eu lhe contasse o que se passava e o que tinha acontecido. Talvez, eu me conseguisse abrir com ele como o fiz com Ruben e revelar-lhe os fantasmas do passado.