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Sweet Nothing

Sweet Nothing

Qui | 21.04.11

Dreams of Love - Capítulo XX – Cala-te boca.

Antes de lerem este capítulo quero deixar um aviso: Quero pedir a todas as pessoas que por acaso até vêm ao blog mais do que uma vez para ver se já postei um capítulo que deixem a vossa opinião pelo menos nos capítulos. No outro capítulo, tive relativamente uns "cinco" comentários alusivos ao capítulo e apenas um ou dois mostraram que o leram mesmo. A partir de hoje, eu não vou avisar ninguém de que postei: quem se interessa e gosta realmente daquilo que faço deve continuar a seguir-me sem ser preciso eu andar pombo correio a avisar-vos. Desculpem, quase de certeza que estou a ser injusta para muita gente mas, para mim não é fácil ver que à tão pouca gente interessada naquilo que eu faço, naquilo a que eu dedico o meu tempo para postar aqui. Quem ler, por favor mostre que o fez apartir de um comentário. Boa leitura.

Capítulo XX – Cala-te boca.

 

            Acordei na manhã seguinte, tapada com uma manta axadrezada por cima do meu corpo, com a televisão desligada e sobre a mesinha da sala o meu telemóvel. Olhei pela porta que dava aceso à varanda e ao jardim, o dia pareceu-me frio pois o céu estava acinzentado. Dirigi-me até à cozinha onde encontrei um post it amarelo colocado na porta do frigorífico: “Fui às compras e o Fábio ’tá no treino, não contes connosco para almoçar”. Retirei aquele papelinho e abri o frigorífico de onde tirei uma sobremesa de chocolate, comi-a até me deliciar e fui tomar banho. Vesti uma roupa confortável e coloquei os trabalhos da escola em dia, depois disso liguei o computador e estive à conversa com a Vera e a Catarina, mas o que mais me chamou a atenção foi os destaques desportivos. Estes falavam da vitória do meu Benfica na noite passada, ao ler um excerto de uma notícia depressa me lembrei do que não podia ter esquecido. “A equipa do Benfica realizou um jogo equilibrado com várias oportunidades de golo, muitas delas realizadas por intermédio de Fábio Coentrão e o capitão Nuno Gomes. A destacar a excelente exibição de Luisão e David Luiz…” O meu cérebro, como por magia levou-me à noite passada e recordou-me o dilema por mim vivido. A mensagem… eu tinha-a a mandado pois antes de adormecer ainda vi o relatório de entrega, logo David tinha-a a recebido, quase de certeza a tinha lido e possivelmente tinha uma mensagem nova na minha caixa de entrada – a sua resposta …

            Um barulho interrompeu os meus pensamentos, a porta da rua tinha acabado de se fechar.

            - Mariana – gritou Andreia do andar debaixo – estás em casa?

            - Sim, desço já linda.

 Ajudei Andreia com os sacos e depois de arrumarmos as compras, lembrei-me de ir até à sala e ver o meu telemóvel. Duas mensagens recebidas: anónima e David.

Ignorei a que provavelmente estragaria o meu dia e abri a de David: Oi pequenina, ainda bem que cê gostou é muito bom saber que estou jogando bem. Obrigada pelo seu apoio. Como está você? Beijo, David!

 Sorri feita parva para o ecrã do telemóvel, e resolvi responder-lhe: Desculpa, ontem depois não cheguei a responder-te, adormeci. Eu estou bem, e tu? P.s: Não precisas de agradecer, eu digo o que tem de ser dito. Beijinhos, Mariana.

Andreia veio me fazer companhia para a sala, e o meu estado de ansiedade fez se notar pois eu não parava de poisar e pegar no meu telemóvel sem este dar qualquer sinal.

            - Alguém está á espera de uma mensagem … - ouvi numa voz irónica.

            - Nada de importante, apenas uma resposta que talvez nunca chegue… - Tem de chegar, ele vai responder. – O Fábio tinha treino até que horas?

            - Tinha às dez no ginásio e depois ficava no Seixal porque às cinco voltava a ter mas desta vez acho que era porta aberta.

            - Hum … - Se a resposta chegar até às três, vou ao treino. – Alguma vez sentiste necessidade de conversar com uma pessoa que conheces “relativamente pouco”?

            - Quando se está interessado em alguém acho que isso pode acontecer. – Comentou Andreia.

            - Mas, supondo que não se está interessado, é possível sentir essa necessidade?

            - Boa pergunta, mas estás interessada em quem Mari?

            - Eu? Em ninguém. – Mentir é tão feio, Mariana interveio a minha consciência. – Mas achas possível?

            - Talvez, supondo que não se está interessado – respondeu Andreia acentuando a palavra “supondo” – pode haver essa necessidade. Talvez por se precisar de desabafar e ver na outra pessoa um porto seguro, um ombro amigo … sim é possível.

            - Então não há mal nenhum se eu falar com uma pessoa com quem só estive umas quatro vezes, só tive uma conversa no mínimo duradoura uma vez e que me transmita calma quando vejo o seu olhar?

            - Ah, afinal sempre estamos a falar de ti… - oh boa, ai boca porque é que te abriste – Mas sim minha querida, se queres desabafar e te sentes à vontade com essa pessoa, acho que deves fazê-lo.

            - Obrigada! – disse-lhe abraçando-a e dando lhe um beijo na bochecha. Olhei mais uma vez para o ecrã do telemóvel, 14h38 e nenhuma mensagem recebida. Voltei para o meu quarto onde estudei Filosofia.

            (…)

 Andreia apareceu à porta do meu quarto com um sorriso encantador:

            - E parece que alguém recebeu uma mensagem. – disse-me abanando o meu telemóvel na sua mão direita.

            - A sério? Foi à muito tempo? – perguntei-lhe levantando-me da cadeira e pegando no telemóvel.

            - Não, foi mesmo agora. – disse-me deixando-me sozinha no quarto.

Desbloqueei o telemóvel e vi que a mensagem era a que eu esperava: David. “Olá pequenina Não precisa pedir desculpa, eu é que preciso. Desculpe só estar falando pra você agora, mas estava em treino e acabei almoçando com o pessoal sem ver o meu celular. Comigo está tudo bem … Nós vamos ter treino às 5, cê quer vir? Eu compreendo se não quiser, mas eu gostava de estar com você a nossa última conversa foi bem legal. Beijo”

 

 

 

A minha resposta não tardou: “Eu já estava a pensar ir, obrigada pelo convite. Vemo-nos no Seixal. Eu também gostei muito da nossa conversa, foi muito legal :D… Beijinhos”

 

Após mandar a minha resposta abri o armário e mudei de roupa. Vesti umas calças de ganga justas, umas sapatilhas pretas, com uma camisa simples branca. Olhei para o relógio que marcava as 15h05 minutos … ainda tinha algum tempo que me permitia chegar ao Seixal antes da hora. Organizei mais um bocado as coisas da escola, despedi-me da Andreia que não me perguntou onde ia, e antes de ir para o Seixal ainda passei numa pastelaria.

(…)

Sentei-me na parte de cima da bancada do centro de estágio e quando os jogadores entraram os meus olhos fixaram um único: aquele lindo 23. Vi que procurava alguém, e um bonito sorriso apareceu nos seus lábios quando aqueles olhos castanhos-esverdeados se encontraram com os meus azuis-marinhos.

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