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Sweet Nothing

Sweet Nothing

Dom | 06.02.11

Dreams of Love - Capítulo XVII - Se Maomé não vai à montanha ...

Eu não me tinha esquecido minimamente do jantar, o seu convite tinha-me deixado nervosa. A razão deste nervosismo não era nada mais, nada menos pelo que as pessoas iriam pensar, se fossemos apanhados por algum fotógrafo ou jornalista eu iria ser “a nova amiga do menino de ouro” ou “a sua nova conquista”, coisas que totalmente dispensava. Esta falta de privacidade deixava-me louca e por mais que fossem jogadores ou altas estrelas do cinema, toda a gente tem direito à sua vida privada.

(…)

- Boa noite linda. – Cumprimentei Andreia dando-lhe um abraço.
- Boa noite querida, como correu a escola?
- Normal … estou a gostar da escola, da turma … de tudo. – confessei-lhe com um sorriso na cara.
- Ainda bem que a adaptação está a ser fácil. Ontem ainda quis ir ao teu quarto falar contigo, mas já estavas a dormir. O jantar é com o David não é?

- Sim! – disse-lhe enquanto subia as escadas em direcção ao meu quarto. – Mas não te ponhas com ideias, é a “paga” de eu lhe ter ganho no jogo do outro dia.

- Hum … hum. Vou fingir que acredito.

- Estou a dizer a verdade, aposta é aposta e ele quis cumpri-la, só isso.
- E fez ele muito bem, queres ajuda a escolher a roupa?
- Eu acho que sei o que vou levar, mas depois peço a tua opinião.- Respondi-lhe piscando o olho e dirigindo-me para a casa de banho onde tomei um banho rápido e relaxante.
Enrolei o meu corpo numa toalha e fiz o mesmo com o cabelo, aproveitei e dirige-me ao armário. Escolhi uma roupa simples e prática, queria ir natural para um jantar de amigos. Escolhi umas skinny jeans, uma camisola simples de cor branca, peguei na minha casaca de couro castanha e calcei os meus sapatos altos castanhos no mesmo tom da casaca, para completar coloquei uma pulseira e a minha carteira preta. Deixei a minha cara ao natural, apenas coloquei um creme hidratante e um gloss rosa, o cabelo encaracolou normalmente como eu gostava.

- Andreia!
- Sim querida, diz. – Olhou-me de alto abaixo umas três vezes. – Estás linda, querida.
- Obrigada, mas não exagerei pois não?! Quer dizer, eu quero ir normal entendes?! Não quero que…
- Shh! Primeiro, tu és linda de qualquer maneira e acho que fazes muito bem em ir normalmente como te sentes bem. – Ouvimos a porta da rua bater e uma voz nossa conhecida. Fábio. – O teu primo chegou, desces comigo?

- Vou só acabar umas coisas da escola e desço já.

(…)

- Se Maomé não vai à montanha, vai montanha a Maomé. – Disse Fábio ao entrar no meu quarto e me dar um beijo na testa. – A Andreia não parava de te gabar lá em baixo e eu tive de comprovar com os meus olhos, que gata prima.
- Andas saídinho da casca andas menino. Como correu o dia?
- Bem, - puxou uma cadeira e sentou-se a meu lado – o mister cada vez puxa mais por nós e acredito que este ano o título é nosso.
- Ai de ti se não for.
- Mariana, falando de coisas sérias … a tua mãe já te ligou?
- Não Fábio, e por mais que queiras não vou ser eu a fazê-lo. Quando ela se lembrar que tem filha eu atendo-lhe o telefone.
- Mas…
- Mas nada Fábio, ela quando se lembrar liga e eu atendo. Simples.

- Essa tua teimosia… sais-te bem ao primo que tens. – disse dando-me um beijinho na bochecha.

- Ainda bem que assim é.

(…)
Estava na sala a ver televisão quando o meu telemóvel tocou: David. Atendi de imediato.

- Sim?!
- Oi Mariana, estou cá fora esperando. Quando puder desça.
- Deixa-me só despedir dos “pombinhos” e já vou ter contigo.
- Claro, té já.

Despedi-me de Andreia e Fábio e fui ao encontro de David. Este, encontrava-se encostado à porta do carro do lado do condutor, e com o olhar fixo no portão. Estava particularmente bonito, envergava uma camisa vermelha com um padrão xadrez preto, umas calças de ganga e um casaco de cabedal preto. Os caracóis esses estavam despenteados e rebeldes o que o tornava mais bonito.
- Oi Mariana, cê tá linda. – Confessou cumprimentando-me.
- Olá David. Obrigada, também estás muito bonito. – Nesse momento senti a minha cara aquecer e agradeci pelo facto de estarmos apenas sobre o olhar da lua.
-Vamô?
- Claro, - disse sorrindo. – onde vamos jantar?

- Hum… surpresa.
- Isso não vale, vá lá uma pista. – Insisti já dentro do carro.
- Não, você descobre já.
- Pequenina?! Não? – a esta pergunta ele apenas se limitou a negar com a cabeça e a soltar um sorriso.

O resto da viagem, curta por sinal, decorreu normalmente. Limitei-me a olhar pela janela e a aproveitar a música brasileira que ele tinha no carro. Quase à socapa, olhava para David que com as mãos no volante, cantarolava baixinho as músicas que tão bem devia conhecer, apanhei-o mais de uma vez a cruzar o seu olhar com o meu e limitava-me a sorrir.

(…)

Chegámos rápido ao restaurante, era perto da praia onde eu tinha estado na manhã daquele dia.
- Gostas desta praia? – perguntei-lhe.
- Sim, é calma. Costumo vir prá qui pensar, gosto de estar sozinho, este lugar me acalma. Cê já conhecia?
- É a minha praia preferida de Lisboa, pouca gente vem cá. O mar também me acalma e dá-me respostas para os meus problemas.
- É, o mar é um bom conselheiro.

 

 

LOOK DA MARIANA

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