Dreams of Love - Capítulo XII - Não, ao estádio não
XII- Não, ao estádio não.
O domingo passou bastante rápido, a manhã foi tranquila e o almoço foi preparado por mim e por Fábio – um miminho para a Andreia, ela andava bastante stressada e talvez eu tivesse culpa no cartório afinal a minha vinda para Lisboa foi bastante repentina e ela acabou por ficar sobrecarregada, ia assumir o papel de minha encarregada de educação e ela própria me tratava como se fosse sua filha. O Fábio teve uma pequena palestra da parte da tarde com a equipa no estádio e pediu que o acompanhasse até ao mesmo. Por um lado tive bastante vontade de ir mas por outro … eu ia encontrar o David. A minha cabeça andava um caos, como é que é possível eu ficar tão embaraçada por estar na presença de um rapaz que mal conheço? Como e porque é que ele mexe tanto comigo? Com alguns olhares expressivos para Andreia, consegui que ela o convence-se a adiar a minha ida ao estádio para outro dia, mas Fábio é de ideias fixas e como sabe que nós adoramos compras propôs-nos uma oferta quase irrecusável: ele deixava-nos no Colombo, passávamos a tarde nas compras e depois vínhamos para casa com ele.
Assim fizemos, percorremos algumas lojas e consegui bastante roupa da qual precisava e também alguns acessórios. Eu e Andreia somos bastante parecidas no que toca a roupa mas desentendíamo-nos sempre quando chegava a altura de pagar, acima de tudo considero-me “independente” (tirando a parte de os meus pais me darem dinheiro), se encontra-se algum part-time e o conseguisse conciliar com a escola iria trabalhar. Depois de comermos um gelado recebemos uma mensagem de Fábio a dizer que já estava despachado da palestra mas, Andreia disse-lhe que iriamos ter com ele ao Estádio.
- Andreia não, ao estádio não. O Fábio passa por aqui escusamos de andar e assim poupávamos tempo. – pedi com voz preguiçosa e justifiquei com os primeiros argumentos que me surgiram.
- Mariana o que se passa nessa cabeça? Tu adoras aquele estádio, estás sempre disposta a ver o Benfica e agora não queres ir?! – Disse-me já à saída do shopping. – Deixa-me pensar … será por causa dos caracolinhos? Espera lá, ontem vocês conversaram muito…
- Oh… oh Andreia, por amor de Deus. Achas mesmo? Nem tenho confiança com o rapaz …
- Pensas que eu não reparei na vossa troca de olhares, até sorrisos houve à mistura … - disse Andreia num tom animado. – Mas admite lá, aqueles caracóis, aquele sorriso traquinas e aquele sotaque brasileiro dão-lhe um toque de menino.
Limitei-me a sorrir, tinha tocado num ponto fraco – eu adorava caracóis e o sorriso dele encantava-me, já para não falar naquele olhar…
- Vá lá – insistiu dando-me um pequeno toque com o ombro – admite que o David é um homem bonito.
- Oh lá estás tu … sim é um homem bonito. – admiti a custo.
“Muito bonito” conclui mentalmente.
Chegamos ao estádio e cansadas como estávamos daquela tarde enfiamos os sacos no carro e seguimos para casa, evitamos encontros desnecessários.
(…)
A noite chegou rapidamente, com ela o jantar e a conversa sobre o dia seguinte. Amanhã, era segunda-feira e eu ia conhecer a escola nova, novos colegas, novos professores … Ia começar tudo de novo e quase a meio do mês de Novembro, a minha área é Ciências e no décimo primeiro ano não é propriamente fácil. Antes de adormecer, olhei para o telemóvel… recordei-me do sorriso que me surgiu ao receber as suas mensagens … porquê?