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Sweet Nothing

Sweet Nothing

Dom | 02.01.11

Dreams of Love - Capítulo XI - A aposta

Resolvi acabar mais um capítulo e dar-vos este presentinho antes da escola. Espero que gostem e já sabem deixem a vossa sugestão.

 

 

XI –  A aposta

- Olá – disse Ruben transbordando de alegria – com saudades minhas pintainho?

- Ai Rúben, tu não me comeces a massacrar antes do jantar por favor – pedi sorrindo e cumprimentando-o com dois beijinhos.

- Manz não enche o saco da menina não. Oi Mariana, tudo bem com você? – fiquei quase estática, ontem ele estava bastante envergonhado e hoje já me tinha dirigido mais de dez palavras?

- Olá… David. Se o Ruben não me massacrar muito a noite corre bem – sorri-lhe e ele retribui, entretanto eles entraram e eu fechei a porta de entrada. – Vês Ruben, se ouvisses o David é que tu fazias bem.

- Sim mana, vou pensar nisso. Mas a ti não te ficava nada mal cumprimentares o rapaz decentemente, ele não morde. – disse com uma expressão descarada na cara, deixou-nos no hall sozinhos e foi para a sala.

Atrapalhada como sou fiquei vermelha que nem um tomate mas o David não parecia menos atrapalhado que eu.

- Desculpa nem te cumprimentei – disse e rapidamente o cumprimentei para não ficar mais atrapalhada. – O resto dos rapazes estão na sala a jogar e o jantar está quase pronto.

Nesse preciso momento ouvimos a voz de Ruben a reclamar com qualquer coisa e foi inevitável não sorrirmos os dois. Chegamos a sala e desta vez quem estava com os comandos a jogar eram o Javi e o Saviola, que estavam bastante animados mas Andreia chamou-nos para jantar e tiveram que interromper o jogo. Sentámo-nos, e eu fiquei de frente para o Ruben; os casais ficaram frente a frente e o Javi tinha à sua frente David. O jantar decorreu da melhor maneira e conheci-os a todos de maneira diferente, não como os “jogadores famosos” mas sim como excelentes pessoas. O meu espanhol não era bastante fluente mas percebia-se e eles também estavam já habituados a ouvir português o que facilitava a comunicação. A comida estava deliciosa e todos os rapazes fizeram questão de nos elogiar. No fim, e como recompensa fizeram questão de levantar a mesa e o Fábio serviu os cafés, depois e como devem calcular dirigiram-se todos para a sala e voltaram a ligar a televisão, mas desta vez para acompanharem as notícias do mundo desportivo. Precisava de um momento sozinha, a apreciar a beleza daquela noite por isso fui até à varanda e encostei-me ao corrimão, fechei os olhos e respirei fundo, depois deixei que o meu olhar visse de novo aquela cidade e que o meu corpo sentisse mais uma vez a paz que ela me transmitia. Ouvi a porta de acesso à varanda ser aberta e o meu olhar foi de encontro à pessoa que o tinha feito: David.
- Desculpe, não sabia que estava aqui.

- Não faz mal, estava só a ver as vistas – sorri e dirigi novamente o meu olhar para Lisboa – a admirar Lisboa.

- Já reparei que você gosta muito dessa cidade. – Encostou-se também no corrimão da varanda.

- Sim, afinal é sempre bom regressar a casa. Mas, tu gostas de Lisboa não gostas?

- Claro, Lisboa é minha segunda casa, - confessou-me com um sorriso no rosto – cê estava morando onde?

- Desde que nasci morei no Porto, mas depois os meus pais tiveram a infeliz ideia de arranjar um emprego melhor na Suíça e eu tive de ir com eles.
- Cê não gostou de morar lá? – perguntou-me e fixando o seu olhar no meu.
- Tenho de admitir que Berna é uma cidade fantástica, mas não gostei pois fui contrariada, tive de deixar tudo para trás, amigos, família, escola…

- Eu sei o que isso é, eu também tive de abandonar a minha família.
- Contrariado, ou por decisão tua?

- Decisão minha, mas se eu quis seguir o meu sonho e jogar futebol assim foi.

- Vês a tua família muitas vezes? – Talvez me estivesse a meter demasiado na vida dele mas estava a adorar conversar com ele.

- Eles vêm pra Portugal muitas vezes, mas todos os dias eu converso pelo celular com eles. – Soltou-se um sorriso que demonstrava saudade e o seu olhar confirmava esse sentimento.

- Nota-se que são muito ligados, eles devem ter muito orgulho em ti.

-É - sorriu – tenho quase certeza que sim. Que idade você tem?

-Dezassete.


-Cê tá de bobagem comigo? É impossível cê ter dezassete anos…
-Não é bobagem nenhuma não. – Disse imitando o sotaque dele, o que lhe provocou uma gargalhada no rosto.

- Ah, estão aqui. Venham para dentro que o Ruben não se cala porque quer jogar e quer fazer equipa contigo Mariana. – disse Andreia que nesse preciso momento tinha saído para a varanda.

- Cê sabe jogar?

- Mais ou menos … - dito isto fui para a sala onde com grande algazarra eles combinavam as equipas. – Ruben eu não quero jogar.

- Tu não quê? Vais jogar sim senhora, está me apetecer jantar de borla no próximo fim-de-semana por isso … - pegou-me na mão e sentou-me no sofá – fazes parceria comigo.

- Vá a prima é minha ela fica na minha equipa.

- Sim sim, é prima tua e irmã minha por isso ela é da minha equipa.

Aquela discussão prolongou-se por mais cinco minutos e depois disso tive de entrevir e ficar na equipa de Ruben, por sua vez David ficou na equipa de Fábio. Quem ganhasse tinha direito a um jantar de borla, ou seja quem perdesse pagaria o jantar. Romanella e Saviola saíram antes de Ruben e Fábio começarem a disputa e Javi recebeu um telefonema importante e acabou por ir embora antes da segunda parte. O jogo estava a correr bem ao Ruben, estava a ganhar por 2-0 e o meu primo não estava nada satisfeito, no final o Fábio perdeu 3-2 e por isso ia ter de pagar um jantar a Ruben. A questão impunha-se, se eu ganhasse o David tinha de me pagar um jantar, mas será que eu queria jantar com ele? Afinal, mal o conhecia mas a meia hora de conversa tinha sido agradável, bastante agradável. Com alguma rapidez, ao seleccionar a equipa, consegui ficar com o Benfica e ele apenas sorriu.

- Prima, é melhor desistires vais ter de pagar o jantar.

Limitei-me a fazer-lhe uma careta e a ignorá-lo pois durante a primeira parte do jogo não se calou. O David, estava animado e por distracção ou não consegui marcar-lhe um golo na segunda parte, o jogo manteve-se assim e no final acabei por ganhar 1-0 com um golo de Ruben.

- Quem é que ia perder priminho?

- Oh macarrão, tu perdes com uma rapariga? – inquiriu Fábio para me picar a mim e a David.

- Mana, daqui pra frente eu e tu fazemos equipa, viram ali o Ruben a marcar…

- Claro Ruben. – respondi com ironia.

Levantei-me e fui até à cozinha beber água, abri o armário e estiquei-me completamente para tirar o copo que por azar meu estava no fundo.
Ruben apareceu entretanto e disse-me que eles iam embora, deixei a cozinha e levei-os à porta. Depois, deixei-me estar um bocado à conversa com Andreia e Fábio e quando o sono se apoderou de mim, dirigi-me para o quarto. Vesti o pijama e quando estava a lavar os dentes senti o telemóvel vibrar: uma mensagem recebida. Olhei para o lugar onde supostamente está o nome do remetente da mensagem, mas ali aparecia um número para mim desconhecido.

“Oi, pedi pró Ruben o seu número espero que não se importe. Gostei de conversar com você e espero que saiba que eu deixei você ganhar o jogo porque uma menina não deve pagar o jantar. Beijos David.”

E agora? Respondo ou não? Se não responder ele vai achar que não gostei de conversar com ele ou que fiquei chateada por ele ter pedido o meu número ao Ruben. Mas, pensando bem eu não estava chateada e até achei simpático da parte dele.

“Olá, eu também gostei de conversar contigo. Mas, aquilo do jantar era a sério? Beijos, Mariana.”

Não esperei muito pela resposta: “ Nós costumamos fazer esse tipo de apostas, mas se você não quiser jantar comigo eu compreendo. Beijos”

Oh boa, agora ele pensa que eu não quero jantar com ele. Eu não o conhecia muito bem, era um facto mas talvez o jantar nos fizesse conhecer melhor e ele parecia ser um rapaz interessante.

“Porque não haveria de querer jantar contigo? Eu gostei da nossa conversa, acho que podíamos conversar mais um bocado … e talvez o jantar não seja má ideia. Beijos”

Mas o que se estava a passar comigo? Eu não posso estar bem da cabeça, quer dizer eu mal conheço o rapaz e já vou jantar com ele? Respirei fundo uma vez e deitei-me, quando fechei os olhos o telemóvel voltou a vibrar.

“Então fica combinado, depois eu te ligo pra gente combinar o jantar. Beijos, boa noite!”

“Ok, fico a espera do telefonema. Beijos, boa noite!”

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