Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Sweet Nothing

Sweet Nothing

Sab | 31.12.11

Filmes vistos em 2011

  1. A rede social;
  2. A Walk to Remember
  3. Água para Elefantes
  4. Alice in the Wonderland
  5. As Crónicas de Nárnia e o Caminheiro da Alvorada
  6. Beastly
  7. Beauty and briefcase
  8. Cisne Negro
  9. Burlesque
  10. Dear Jonh
  11. Eclipse
  12. Harry Potter e os Talismãs da Morte – parte I
  13. High School Musical 3
  14. Justin Bieber Never Say Never
  15. Cartas para Julieta
  16. Life as we know it
  17. My girlfriends boyfriends
  18. Never let me go
  19. P.S i love you
  20. Para a minha irmã
  21. Quim Roscas e Zeca Estancionancio
  22. Ramona e Beezus
  23. A rapariga do capuz vermelho
  24. Remember me
  25. Sem prada nem nada
  26. Sexo sem comprimisso
  27. Step Up 2
  28. Step Up 3
  29. T.Y.H
  30. A melodia do adeus
  31. O Turista
  32. Valentine’s Day
  33. When in Rome
  34. William e Kate
  35. Eu sou o número 4
  36. Pearl Harbour
  37. Diamantes de Sangue
  38. Filhos do Mesmo Deus
  39. As quatro penas brancas
  40. August Rush
  41. Coração de Tinta
  42. Beijando Jéssica
  43. Diário da princesa: noivado real
  44. Filipe y Letizia
  45. A fabulosa aventura de Sharpay
  46. Camp Rock
  47. Camp Rock 2
  48. Crank I
  49. Avalong High
  50. O Aprendiz de Feiticeiro
  51. Harry Potter e os Talismãs da Morte : Parte II
  52. Salt
  53. 8 Miles
  54. Ritmo e Sedução
  55. Bad Teacher
  56. According to Greta
  57. Harry Potter e a Pedra Filosofal
  58. Três Vezes Amor
  59. A Ressaca
  60. Amigos Coloridos
  61. Cherrybomb
  62. Driving Lessons
  63. O máscara
  64. Another Cinderella Story
  65. Amanhecer
  66. Abduction
  67. Listen your heart
  68. Orgulho e Preconceito
  69. O Discurso do Rei
  70. Ballet Shoes
  71. What’s your number?
  72. Marley & Me
Sab | 31.12.11

Before you leave me - Capítulo I

Não houve quase ninguém a pedir mas ... aqui fica.

“- Colbie, qual é a parte que tu não entendes: tens …

- Dezasseis anos e as hipóteses de seres adoptada são cada vez menores. – Interrompi, imitando o tom de voz que Melissa usava de cada vez que me alertava para o facto de estar a envelhecer e ninguém querer uma adolescente numa das fases mais críticas da vida.

- Colbie deixa o sarcasmo de lado uma vez na vida…

- Melissa – eu já tinha confiança mais que suficiente para deixar o formalismo de lado quando me dirigia à directora do orfanato onde vivia, - eu não quero ir para uma família onde não me vou sentir bem, onde vou ter de fingir a todas as horas. Isso para mim, chega. C-H-E-G-A.

  - Mas tu não tens de fingir ser alguém que não és. Quando é que tu meteste isso na cabeça?

  - Queres mesmo saber? – Melissa, que se encontrava sentada na sua poltrona muito semelhante aquela dos filmes americanos, assentiu. – Comecei a perceber que tinha de ser assim quando: aos sete anos me mandaram para a família Hemelton, na Califórnia. Lembras-te? Logo nos primeiros dias obrigaram-me a trata-los de “pai” e “”mãe” e fui apresentada a toda a família como uma nova aquisição; aos oito anos e meio, aquela mulherzinha horrível com um apelido estranho me levou da instituição e depois me voltou a cá trazer alegando que não servia para o que ela queria. Queres que continue?

 - Colbie, tu nunca te tentaste adaptar a uma família de acolhimento…

- Elas também nunca fizeram um esforço para me compreender… - Melissa, tinha a faca e o queijo na mão, todos os argumentos lhe davam ainda mais credibilidade.

 - ‘Bie – quando me chamava pela alcunha, utilizada apenas quando estávamos só as duas, fazia com que o meu cérebro lhe desse automaticamente o que ela queria, compreensão – a próxima família que vier aqui à procura de uma rapariga mais velha e que me apresente um bom argumento para a adopção, não vou negar, o teu nome vai ser o primeiro da lista.

 - Mas…

- Quer querias, quer não querias. – O seu tom de voz tornou-se mais agudo e depois de uma breve pausa para encher os pulmões de ar, continuou:- O mundo não gira em torno de ti, nunca girou nem há-de girar por isso, o que disse anteriormente é para manter: a próxima família que eu veja que têm a possibilidade de te proporcionar tudo aquilo que não tiveste e podes vir a ter, será a tua família de acolhimento durante três meses. Depois disso, cabe-te a ti escolher se queres ou não ficar com ele.

- Simples: depois desses três meses eu digo que não quero ficar com ele. – Retorqui, olhando-a nos olhos.

 - Depois desses três meses, passas novamente uma semana aqui e todos os dias terás uma hora especifica para te dirigires a mim e me apresentares um argumento para não queres ficar com eles. No primeiro dia, é só um argumento. No segundo, são dois e assim sucessivamente até ao sétimo onde tomarás a tua decisão final. – Dito isto, os seus cotovelos apoiaram-se na mesa de madeira escura e as suas mãos formaram uma concha. O seu olhar azulado encontrou o meu verde.

- Porque é que estás a fazer isto? – Melissa nunca tinha proposto nada que se pareça a ninguém daquele orfanato.

 - Porque está na altura de dares um rumo à tua vida. – Levantei-me, e bati com a porta. “


 Porquê? Porque é que Melissa tinha de tornar a minha vida mais complicada do que aquilo que ela já era. A nossa conversa tinha sido há apenas dois dias e ela, conhecendo-a como conheço, já deveria ter seleccionado uma lista de possíveis candidatos para ocuparem a minha vida e entrarem nela de repente com a finalidade de serem aquilo que nunca tive nem conheci, para serem uma família. As férias de Verão estavam prestes a terminar, em breve iria voltar à escola e a probabilidade de ser adoptada em tempo escolar era mínima. Explicação para isso? Talvez, porque as pessoas deixam de ter tempo para a família, ligam apenas ao trabalho, concentram-se única e exclusivamente naquilo que os mantém ocupado e ao fim do mês lhe dá algum rendimento.

  O dormitório encontrava-se vazio, um final de tarde solarengo, mantinha toda a gente no jardim. Eu preferia estar fechada entre paredes evitando assim “chocar” com Melissa e as suas notícias mas, como era conhecedora de tudo o que se passava na minha vida e de tudo o que se passava no orfanato depressa me encontrou:

 - Colbie precisamos de falar! – A porta abriu-se depois de Melissa proferir aquelas palavras e num piscar de olhos encontrava-se bem perto de mim.

- Diz, Mel! - Foram as únicas palavras que lhe dirigi.

 - Acabaram de sair daqui duas pessoas que pretendem adoptar uma rapariga com mais de treze anos. – Iniciou o seu discurso de forma passiva e vendo que nem o meu olhar recebia, prosseguiu – Contei-lhes a tua história e pareceram-me bastante interessados em ti, interessados não será mesmo a palavra correcta… Pareceram-me preocupados com o rumo que a tua vida poderia seguir, e quando lhes mostrei a tua foto ficaram ainda mais presos em ti. – A sua mão esquerda repoisou sobre os meus braços num jeito carinhoso, incentivador. Não me manifestei, continuei a assimilar cada palavra. – Moram a trinta quilómetros daqui e estão dispostos a passar os três meses contigo. Têm um filho um ano mais velho que tu, e acham que está na altura de alargarem a família. A senhora Rosalie é bastante simpática e apercebi-me que adorava ter a possibilidade de cuidar de uma menina.

- Porque não procuram uma menina mais nova que possam educar do jeito que bem entenderem?! – Perguntei-lhe friamente.

- Porque procuram alguém com uma personalidade formada. Querem alguém com cabeça, e neste momento uma criança pequena não era a melhor opção.

 - E porque é que eu acho que tu não me estás a contar a história toda? – Inquiri desconfiada.

- Porque tens um sexto sentido bastante apurado, é tudo o que te posso dizer. ‘Bie, esta família está determinada em adoptar-te.

- Eles nem me conhecem …

 - Mas querem conhecer, querem mesmo minha querida. – A sua mão desviou a minha franja para o lado com uma suave carícia. – Promete-me que vais tentar ser compreensiva…

 - Eu ainda não aceitei o facto de ir morar com uns desconhecidos durante três meses e estás-me a pedir para ser compreensiva?

- Faz isso por mim, Colbie. O que é que te custa? Sabes perfeitamente que daqui a uns meses, se não fores adoptada, vão retirar-te desta instituição. É isso que queres? Explica-me, é isso que queres para ti?

 - Não, - admiti, cabisbaixa- não é.

 - Então, por favor, uma vez na vida deixa essa tua teimosia de lado e pensa bem sobre o assunto. Tens aqui tudo o que precisas de saber sobre a tua família de acolhimento. – Melissa ergueu o seu corpo de um metro e setenta e entregou-me um dossier castanho. – Vê-o com atenção, analisa e reflecte bem sobre o teu futuro. Pensa no número de pessoas que queriam estar no teu lugar, olha que não são assim tão poucas.

Depois de Melissa sair, abri o dossier que me tinha trazido. Ali, naqueles documentos, estavam todas as informações que eu precisava de saber sobre a minha “nova família”, uma foto de Rosalie e Charles e um bilhete, escrito a caneta muito fina e com uma letra redonda:

“Colbie, pode parecer estranho e deves ter bastantes preguntas na tua cabeça… Nós gostávamos imenso que fizesses parte de nós, da nossa casa, das nossas conversas … da nossa família. Vem passar os três meses connosco. Nunca ninguém perdeu nada em tentar. Rosalie e Charles” As minhas mãos apoderaram-se da fotografia onde se podia ver Rosalie e Charles.

Nada sobre o filho de dezassete anos que me tinha mencionado Mel. Porquê?

Depois de reler os documentos, encontrei o nome do rapaz: Zayn. Qual o motivo de não possuir nenhuma fotografia nos documentos? Qual a razão para Zayn não ter vindo com Rosalie e Charles ao orfanato?

Será que sabia algo sobre a questão da adopção?

Sex | 30.12.11

Playlist 2011

Com o fim de 2011, muitos balanços são feitos e muitas fantasias são criadas. Não posso dizer que este foi um ano repleto de tristeza pois teve os seus momentos bons: a minha ida para Lisboa, a ida para a Universidade Júnior, as minhas notas na escola e tantos outros ... A morte da minha avó foi o momento que mais me marcou, mas algum ano teria de acontecer. Os sentimentos que nutro por ela, esses nunca mudam: podes já não estar fisicamente mas permanecerás sempre dentro do meu coração.

Decidi, no ínicio deste ano que agora finda, em cada mês no ano criar uma pasta e todas as músicas que ouvia ou conheci nesse mês iriam para lá. Neste post, mostro-vos a minha selecção de músicas que marcaram este ano. 

 

Janeiro 2011

Barcelona - Come Back When You Can

 Pink - Fucking Perfect

 

Fevereiro 2011

 

Bruno Mars - Count on Me

 Chris Brown - Yeah 3X 

 

Março 2011

Justin Michael & Kemal ft. Bruno Mars - World Goes On

 Christina Perri - Jar of Hearts

 

Abril 2011

Adele - Rolling in the Deep

 Jennifer Lopez feat Pitbull - On the floor

 

Maio 2011

McFLY - That's The Truth (acoustic)

 Nicole Scherzinger - Dont Hold Your Breath

 

Junho 2011

Coldplay - Every Teardrop Is a Waterfall (Boyce Avenue Cover)

 Cascada - San Francisco

 

Julho 2011

Cobra Starship feat. Sabi - You Make Me Feel

Usher feat. Enrique Iglesias - Dirty Dancer

OneRepublic - Good Life

 

Agosto 2011

Eminen ft. Bruno Mars - Lighters 

 Marron 5 feat. Cristina Aguilera - Moves Like Jagger

We The Kings ft. Demi Lovato - We'll Be A Dream


Setembro 2011

Jessie J - Who you are

Demi Lovato - Lightweight

Outubro 2011

The Wanted - I'm Glad You Came

 Michel Teló - Ai Se Eu Te Pego 

Novembro 2011

30 Seconds To Mars - Where The Streets Have No Name (U2 Cover)

Daniela Mercury - Perola negra

Red Hot Chili Peppers - The adventures of rain dance maggie

Dezembro 2011

Juan Magan - Verano Azul 

Katy Perry - The One That Got Away

One Direction - One Thing (Acoustic)


Estas foram algumas das músicas que me marcaram ao longo do ano. Realço para o facto de: todas as múscias da Adele todas as músicas dos One Direction e dos Paramore fizeram parte do meu ano 2011.

 

O que acham de amanhã postar uma parte da nova mini-história?!

Qua | 28.12.11

daqui a uns tempos o saco enche.

Sinceramente, eu preciso de respostas. O que se passa com vocês? Os capítulos da fan fic não estão a ser como vocês desejavam? Perdeu o interesse?

Durante o tempo de aulas fiz um esforço para tentar escrever aos poucos e poucos um capítulo quando conseguia vinha postá-lo e conseguia ter mais comentários do que em tempo de férias. Acham normal? Eu sinceramente, não.

Estou aborrecida com vocês, porque na semana que passou postei dois capítulos de tamanho bastante grande e neste último (sem contar com as minhas respostas) tenho apenas quatro comentários e no outro tenho sete.

Se isto continuar assim, não se admirem que eu perca o interesse e acabe mesmo por cancelar a fan fic.

Seg | 26.12.11

Lembram-se?

Quem é que se lembra deste post?!

 Pois bem, tenho-vos a dizer que a suposta mini-história está a ficar muito grande, ou seja, está-se a tornar numa história.  Durante estas férias já vos preseentei com dois capítulos bastante grandes da Dreams of Love e agora estava a pensar dedicar-me única e exclusivamente à Before You Leave Me. 

Querem que começa já a postá-la? 

 

Para quem ainda não viu, ontem postei outro capítulo da Dreams of Love.

Dom | 25.12.11

Dreams Of Love - Capítulo XXX - Feliz ano novo, meu bem.

 

 - Claro que está, a minha melhor amiga está sempre bonita. – Ruben interveio dando-me um beijo bastante sonoro na bochecha.

Olhei para David, este mantinha os olhos em mim o que me fez desviar o olhar para a pequena Sophia que agora se encontrava ao colo de Brenda a brincar com os seus cabelos loiros.

 - Então desaparecido, a tia Anabela gostou do perfume? – Perguntei ao Ruben para que este não percebesse o clima que se tinha gerado desde a sua chegada.
 - Oh parolinha, claro que gostou – Ruben sentou-se no apoio do sofá e colocou o seu braço em cima dos meus ombros o que automaticamente me fez encostar ao seu corpo quente. – É verdade, no próximo fim-de-semana tens de ir lá jantar porque há muito tempo que não vais lá.

 - Está prometido.

 Vários sotaques se misturavam na sala, várias culturas eram ali recriadas. Várias conversas e variados assuntos, um barulhinho confortável invadiu os meus tímpanos. O meu olhar, fixou David. Tentava manter uma conversa com Javi mas não me pareceu que ouvisse o que o espanhol dizia, mais uma vez os nossos olhares cruzaram-se e assim ficamos até que Romanella juntamente com Andreia informaram que o jantar estava pronto. Sophia fez questão de se sentar ao meu lado e durante todo o jantar permaneci atenta na princesa mais reguila que conheço.

   - Vá lá meu amor, só mais esta colher. – Sophia não achava muita graça ao facto de comer sopa.

 - Oh Maiana mas eu não queio. – Aquela vozinha sonhadora derretia o meu coração, mas as indicações da Brenda tinham sido bastante claras.

 - Oh Sophia já falta pouquinho, olha – mostrei-lhe a tacinha que continha apenas mais uma ou duas colheres bem cheias de creme de cenoura – se comeres mais duas colheres a Mariana no fim deixa-te repetir a mousse de manga.

Sophia levou as mãozinhas à boca e com uma expressão muito animada, gracejou: - Há mouxe de manga? – Depois de confirmar a existência da sua sobremesa favorita, Sophia retirou as mãos que me impediam de lhe dar a sopa e proferiu. – Dá-me Maiana, dá-me sopinha.

 - Oi garota, acha que vai sobrar mousse aqui pró David? – David, que assistia com bastante atenção à cena que se desenrolava entre mim e Sophia, deu o ar da sua graça-

 - Shim, eu dou-te calacole. – O que me agradava mais na pequena Sophia era o espirito de partilha e de solidariedade que tanto Brenda como Luisão lhe transmitiam – Acabei, Maiana.

 - David, que se passa contigo? Estás muito calado, nem pareces tu.– Aquele espanhol cerrado da minha argentina favorita, Romanella, invadiu a sala.

 - Nada não, eu estou normal. O David de sempre. – Respondeu-lhe em tom baixo, pois Romanella encontrava-se do lado direito de David.

 - Mano, não gozes comigo. Tu? Normal? – Foi a vez de Ruben interromper o raciocínio e a mentira proferida pelo seu melhor amigo. – Desculpa lá, mas desde que entraste aqui que não estás animado.

 - Manz, eu volto a repetir que estou normal. A sério, acredita em mim mano.

 Ruben limitou-se a encolher os ombros e a beber um pouco mais do vinho tinto que possuía no copo. O resto do jantar decorreu normalmente, com conversas e olhares trocados.

(…)

 - Maiana, podemos ir buscar mais? – Sophia tinha repetido a mouse umas duas vezes, e depois dos rapazes abandonarem a sala de jantar e jogarem uma partida de bilhar e das raparigas ajudarem a arrumar a cozinha, aquela voz soprou bem juntinho ao meu ouvido.

 - Vá, anda. – Puxei Sophia pela mão e dirigimo-nos à cozinha.

Ficamos ali até que Sophia terminasse a terceira taça de mousse e quando me preparava para regressar à sala, David apareceu.

 - Ah sua muleca está comendo mais mousse?

 Sophia riu baixinho e escondeu-se atrás de mim, olhando de soslaio para David.

 - Calacole, não podes contar à minha mãe. É um segedo meu, teu, e da Maiana.

 - Prometido garotinha, o David não conta a ninguém. Sophia, pode ir andando para a sala? Eu precisava de conversar com a Mariana. – Pediu David deixando-me com uma expressão bastante surpresa no rosto.

 Sophia, acenou afirmativamente e entregou-me a tacinha abandonando em seguida a cozinha. Apressei-me a virar as costas ao homem que, há dias atrás, tinha beijado.

 - Vai continuar fugindo?

 - Ainda estou aqui, não estou? – Perguntei-lhe sem nunca o encarar. – Eu não fujo de ninguém.

 - Então o que é que você fez naquela tarde? Sair correndo não significa fugir? – Pelo canto do olho, vi David encostar o seu corpo à bancada central da cozinha, sitio onde eu me encontrava.

 - Eu não fugi, David. – Resmunguei quase em surdina, virando-lhe mais uma vez as costas.

 - Ai não? – David agarrou-me pelo braço e fez com que os nossos corpos se colassem, enfrentando-nos olhos nos olhos. – E o que é que você ia fazer agora? Ah espere … fugir.

 - Tu não percebes – indaguei – tu nunca vais perceber.

 - Se você não me explica, como quer que eu perceba? Ainda não sou bruxo para adivinhar.

 - Não sejas irónico, David.

 - Aff Mariana, nós precisamos conversar.

 - Conversar sobre o quê? – A minha consciência sabia perfeitamente qual o motivo, mas o coração não queria que este fosse abordado.

 David olhou-me com um olhar bastante determinado e prosseguiu: - Sobre o que se passou entre nós, Mariana. Vai fingir que não aconteceu?

 - Aconteceu David, mas nós não temos de conversar sobre isso.

 - E você continua a tentar fugir. – Limitei-me a baixar a cabeça e fixei o olhar nos meus sapatos, David obrigou-me a encará-lo novamente. – Porque é que você age assim? Não diga que eu não entendo, me explique o motivo.

 - Não agora, David. – Confessei-lhe e pela primeira vez naquele dia olhei-o nos olhos como deve ser e passei-lhe a mão ao de leve pelos caracóis desalinhados. – Talvez um dia eu consiga falar abertamente contigo, mas não agora.

 Os nossos corpos continuavam próximos, tão próximo que sentia a respiração do David no meu cabelo e se o olhasse nos olhos a sua respiração serena embatia nos meus lábios.

 - Eu não me quero afastar de você … Eu espero o tempo que for preciso para você me contar o que quiser contar, mas não se afaste. – Pediu-me – Não me apague da sua vida.

 - Não era minha intenção fazê-lo, David.

 - O que eu disse no outro dia … - David referia-se às suas palavras antes do beijo. – O que eu fiz, foi meu coração que mandou.

 - David – sussurrei – por favor, não tornes isto mais complicado.

 - Minha cabeça está virada do avesso, e meu coração não está direitjinho mas, eu quero você de bem comigo.

 - Eu estou de bem contigo – proferi imitando o seu sotaque e depositando um beijo na sua bochecha esquerda. – Não preocupes essa cabecinha.

Ouvimos a voz de Ruben no corredor de acesso á cozinha e separamo-nos: David, caminhou em direcção à porta e eu comecei a passar a taça, onde Sophia tinha comido a sua terceira dose de mousse, por água.

 - Mano, - Ruben não demorou muito a alcançar a cozinha e quando encontrou David na porta colocou-lhe a mão no ombro, dirigindo-se de seguida a mim: - Mariana, venham para a sala, falta um minuto para entrarmos em 2010.

Assenti ao de leve com a cabeça, pousei a taça no lava-loiça e segui-os em direcção à sala. Pablo, sempre brincalhão pediu autorização a Fábio para depositar champanhe no meu copo e depois de um falso e curto amuo da minha parte iniciamos a contagem decrescente. Entramos em 2010 num êxtase total, todos desejamos um bom ano aos restantes companheiros de sala e dançamos ao som do nosso DJ improvisado: Ruben.

(...)

 Pouco passava da uma da manhã quando abandonei a sala de estar e me dirigi á varanda. Encostei-me ao corrimão da mesma, e olhei Lisboa. Abstraí-me do barulho proveniente da sala e concentrei-me apenas na paisagem que se estendia diante dos meus olhos.

 - Mariana, - aquele timbre caloroso que tão bem distinguia, chamou-me e levou-me a encarar David – eu vou andando, mas queria-me despedir de você.

 - Já vais?

 - Sim, amanhã tenho de acordar bem cedo e está ficando tarde. – Esclareceu dando alguns passos na minha direcção.

 - Pois, a Sophia está a dormir?

 - Sim, Andreia deitou-a na sua cama e a garota pegou no sono logo. – David sorriu-me mais uma vez e colocou a sua mão direita no meu rosto. – Bom ano, muleca.

 - Bom ano, grandalhão.

 Os lábios de David aconchegaram a minha face direita, fechei os olhos. O seu perfume, que eu tanto gostava, invadiu as minhas narinas e percorreu o meu corpo. Separamo-nos e as minhas mãos encontraram também o seu rosto.

 -  Eu não quero tornar isto mais complicado, - confessei-lhe, - mas é difícil não saber o que verdadeiramente sinto em relação a ti. Eu só não te quero magoar e sair magoada, é tudo o que eu menos preciso.

 - Eu prometo que não vou magoar você, Mariana. É tudo o que menos quero, pequenina.

David fechou os olhos lentamente e aproximou-se do meu rosto, imitei-lhe os movimentos. Sem pressas, sem lamentos, sem nada que nos pudesse travar: beijamo-nos.

 - Feliz ano novo, meu bem. – Sussurrou bem pertinho dos meus lábios.

 - Feliz ano novo, brasileirinho. – disse-lhe, também em tom baixo.

Sab | 24.12.11

Feliz Natal Avó ♥

Olá avó, como está a ser o Natal aí em cima? Estás a deliciar-te com o polvo e o bacalhau que tanto gostas? As rabanadas e as filhós estão do teu agrado? Espero bem que sim, eu sei que Deus te preparou um generoso banquete e estás rodeada de amigos que partiram primeiro que tu mas, agora aí em cima, encontram-se novamente juntos. Fazes-me falta, fazes-me mesmo muita falta. Precisava de ti, aqui! Gostava de te ter ouvido mais uma vez a dizer: “Ah rapariga, nem na noite de Natal comes bacalhau? E couves? Olha que estão tão boas.” e, como na maioria das vezes, eu respondia-te torto. Se eu pudesse voltar atrás e substituir todas as palavras amargas que te dei, por um “amo-te”…

 

Não te roubo mais tempo, um feliz natal aí em cima. Olha por mim e guia-me sempre.

Sê a minha estrela. Feliz Natal, avó ♥

A tua neta, 

Sex | 23.12.11

A menina que não gosta do Natal.

 

<a href="http://www.youtube.com/watch?v=gtCNTCT2578?hl=en&autoplay=1"><img src="http://www.gtaero.net/ytmusic/play.png" alt="Play" style="border:0px;" /></a>

 Muita gente se pergunta se tenho o coração do tamanho de um cubo de gelo, e tão frio como um iceberg! Não, não tenho. Apenas não gosto do Natal, não gosto do consumismo que esta época transmite e não vou muito à bola com o facto de ser uma época de união. Quer dizer, ao chegar a esta época toda a gente anda com o coração derretido e pronta a perdoar e ser perdoada. Eu pergunto-vos: vou andar toda lamechas a desculpar tudo a todos, quando depois em Janeiro vai voltar a acontecer o mesmo? Não, muito obrigada.

 A minha família nunca se juntou no Natal, éramos só quatro à mesa tal como nos outros dias. Este ano, vamos ser só três o que piora e muito o meu espírito natalício. Não tenho espírito para festa. A minha casa não se encontra decorada, não temos pinheiro nem luzinhas.

 No Natal , os programas televisivos referem muito mais as instituições de carácter social e durante o ano esquecem-se delas. São feitas recolhas de alimentos, roupas e brinquedos e depois, nos restantes onze meses do ano, puff: quem precisa desaparece.

Não, isso não acontece com todas as pessoas mas acontece com a maioria. 

 Vejo muita a gente a comentar que no tempo de antigamente, não era assim. Um chocolate era presente mais que suficiente e agora um chocolate é substituído por uma prenda de cinquenta,sessenta, setenta ou mais euros. Que sentido é que isso faz? E depois ainda vêm com a história da crise. Se houvesse tanta crise como apregoam, os centros comerciais não estavam tão cheios e não havia tantos movimentos bancários. 

Um sorriso, a presença dos entes mais queridos deveria ser mais que suficiente. 

 

 Não quero ofender ninguém com as palavras acima proferidas, é a minha opinião e vale o que vale.

Obrigada Deolinda, por esta excelente canção.

Pág. 1/3