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Sweet Nothing

Sweet Nothing

Dom | 17.03.13

É a ultima vez que te escrevo.

Querido T. 



T, 

 

deves estar a perguntar-te o porque de te estar a escrever mas nem eu própria sei as razões pelas quais o faço. É incrível, não é? Como nos apaixonamos tão depressa e esquecer a pessoa pela qual nutrimos tal sentimento se torna tão complicado. É, a verdade é que eu continuo a gostar de ti como no primeiro dia. Se dói? Dói, e não é pouco. Torna-se tão deprimente que nos consome. Chega até a ser ridícula a dor que sinto. 

O pior nem é gostar de ti, o pior é ver-te sorrir, ver-te feliz e não ser eu o motivo.

 

Eu e tu eramos tão felizes juntos e de repente decidiste que estavas confuso, que secalhar não era aquela felicidade que querias. Andavas distante, já não eras a mesma pessoa e eu no fundo sabia que o fim estava perto. Sabes, devia ter-me mentalizado enquanto era tempo para depois não sofrer tempo mas fui teimosa, e convenci-me que era só uma fase, que íamos voltar ao "nosso normal" ... Enganei-me.

Magoa saber que te aproximaste dela, da rapariga mais rodada daquela escola, com maior reputação que muitas senhoras de trinta e poucos anos. Dói saber que podias estar comigo, que podíamos estar bem ... Dói saber que ela te vai magoar, como fez a muitos outros. Dói saber que vais cair nas garras dela, que te vais envolver com ela e no fim vais sair desfeito, de coração partido. 

 

Por mais que queira, não consigo perceber o que vês nela. Será mais bonita? Terá mais sentido de humor? Compreender-te-á melhor? Dar-te-á melhores conselhos? Acho que não ... 

 

Sabes como me senti quando me disseram que andavas a chegar à escola com ela? 

Sabes como me senti quando descobri que se tinham beijado? Não, não sabes e acho que não consigo expressá-lo em palavras. 

 

 Lembraste do que me prometeste? Lembraste de todas as coisas que me disseste? Prometeste não me magoar como já outros o tinham feito, prometeste que serias diferente. Fizeste-me acreditar que serias o meu príncipe encantado, quando eu tinha quase certezas de que essas figuras não existiam. Amei-te, e infelizmente continuo a fazê-lo. É fácil gostar de ti, dificil é esquecer-te. É dificil, especialmente quando tudo há minha volta me faz lembrar coisas que passamos, diálogos que tivemos, momentos que partilhamos. Namoramos durante dois meses, e posso-te dizer que fui mais feliz nesses dois meses do que em certos anos da minha vida. Desde Janeiro que os dias têm custado a passar, e enquanto não te esquecer totalmente mais dificil vai ser suportar um novo dia.

 

 Parte de mim quer que sejas feliz, a outra metade quer que sofras mais do que me fizeste sofrer. Parte de mim quer que me olhes e me sorrias, a outra parte quer que me ignores totalmente. Parte de mim quer voltar ao que tínhamos, mas será que a outra metade deseja o contrário?

Sabes, um dia vou esquecer-te. Vou passar por ti e não me importar se tens um bom ar, ou aparentas estar doente. Vou passar por ti e perceber os motivos pelos quais baixas a cabeça. Vou passar por ti e manter o sorriso. Vou passar por ti e ignorar a tua presença. Vou conseguir estar e partilhar o mesmo espaço que tu sem me sentir nervosa. Vou ser feliz, sem ti.


 Contigo aprendi várias coisas, mas e talvez a que mais me marcou foi a seguinte: não importa o quanto uma pessoa nos magoa, vamos sempre relembrar os momentos bons que vivemos com ela. É assim que me sinto.

 

Sê feliz, ou talvez não.
A.

p.s: É a última vez que te escrevo. Pelo menos, quero acreditar que sim. 

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