One-Shot - I Don't Wanna Miss a Thing
Não ficou bem como eu tinha imaginado da primeira vez, e não está grande coisa mas eu achei que devia escrever e dar-vos um miminho. Peço desculpa se não gostarem, é normal. Beijinhos
One Shot - I Don't Wanna Miss a Thing
Não faço a mínima ideia das horas que seriam mas sei que era tarde, bastante tarde, para quem tinha de estar acordada por volta das cinco e meia da manhã. Voltei a suspirar e retirei, pela quinta vez naquela madrugada, o cobertor de cima de mim ficando apenas com o lençol fino sobre o meu corpo. Mudei de posição e encarei o belo rapaz que tinha a meu lado. Os cachos de caracóis que lhe emolduravam o rosto estavam fora do sítio, tornando o seu rosto, a meu ver perfeito mesmo com todas as suas imperfeições, ainda mais bonito. A tentação de lhe tocar foi mais forte do que a vontade de lhe resistir e num gesto carinhoso, passei a mão pelos seus cabelos de modo a afastar os mais rebeldes do seu rosto. A visão que me foi concedida foi como sempre e como já esperava, perfeita. De cada vez que lhe tocava, o meu corpo parecia ganhar vida, como se choques eléctricos lhe tivessem sido aplicados. Eu podia ficar a observá-lo o resto da minha vida, sem qualquer sacrifício ou dificuldade.
Virei-me de costas para Harry, e olhei para o relógio que se encontrava na mesa-de-cabeceira, passavam vinte e quatro minutos das três da manhã. Em pouco mais de três horas, aquele rapaz que me preenchia o coração e que me fazia acreditar num futuro risonho, partiria para longe e durante muito tempo. Senti o coração a apertar e numa questão de milésimos de segundo, os meus olhos encheram-se de lágrimas que rapidamente desceram pelo meu rosto. Destapei o lençol que me tapava o corpo, e sentei-me na cama de casal que ocupávamos. Os meus cotovelos encontravam-se apoiados nos joelhos, e as minhas mãos cobriam-me o rosto para tentar diminuir o barulho proveniente do choro. E se Harry encontrasse alguém melhor que eu? E se Harry percebesse que eu não era suficientemente boa para ele? Afinal de contas, ele pertencia a uma das melhores bandas a nível mundial, era um rapaz lindo e o que não lhe faltavam eram raparigas disponíveis: desde modelos a cantoras, passando por actrizes, todas conheciam o famoso Harry Styles. Muitos o apelidavam de mulherengo e frequentemente eram-lhe apontadas novas conquistas, porém, poucos conheciam o Harry que me era mostrado todos os dias: um Harry carinhoso, atencioso, romântico, simples e por vezes tímido. E era esse Harry que eu não queria perder, era esse o Harry que eu queria continuar a conhecer.
- Cat – a dificuldade em proferir de forma correcta o meu primeiro nome, levava-o a chamar-me apenas por Cat, em vez de Catarina – o que se passa, princesa?
Não conseguia responder-lhe, não queria parecer uma menina pequena que chora quando lhe tiram ou negam alguma coisa. Não queria parecer demasiado mimada. Só queria que Harry não me abandonasse. Deixei de sentir a mão de Harry na minha cintura e segundos depois, já se encontrava à minha frente.
- Princesa, tens de me dizer o que se passa para que eu te possa ajudar … - mais uma vez não consegui responder-lhe, continuando apenas a chorar. – Cat, estás-me a deixar preocupado. Passou-se alguma coisa com alguém da tua família? – Abanei negativamente a cabeça e, exercendo alguma pressão sobre as minhas mãos Harry conseguiu afastá-las do meu rosto. – Então porque estás a chorar? – A sua voz transmitia receio, receio que a culpa fosse dele.
- Harry, - proferi após conseguir acalmar-me – e se encontrares alguém melhor que eu? – Era tão dificil proferir os meus medos em voz alta.
- Isso nunca vai acontecer, já devias saber que és a única que eu quero. Se és a pessoa que mais me faz feliz, porque haveria eu de te trocar? – O seu dedo indicador e o polegar acarinharam o meu queixo, e forçaram-me a olhá-lo nos olhos. – Eu vou estar longe, mas tu vais estar sempre comigo. Sempre, princesa.
- Não te vais esquecer de mim, pois não?
- É claro que não. Tu vais esquecer-te de mim? – A esta sua pergunta respondi negativamente e em voz bastante alta, talvez pela surpresa causada pela sua pergunta. Era impossível que isso acontecesse. - Vou estar colado ao telemóvel sempre que puder, vou mandar-te mensagens todos os dias e ligar-te antes de adormecer para te desejar as boas noites. Vai ser exactamente como tem sido, só que durante estes dois meses não vais poder ver a minha bela cara assim de perto. – O seu ar um tanto ou quanto convencido fez-me sorrir. – Infelizmente, eu também não vou poder abraçar-te e ver o teu sorriso assim de perto. Não vou poder beijar-te sempre que quiser.
Com a ponta dos dedos percorreu o meu rosto e limpou-me as lágrimas mais rebeldes que nele ainda perduravam. Aos poucos, foi aproximando o nosso rosto e os nossos lábios encontram-se para um dos beijos mais apaixonados que alguma vez tinham trocado.
- Não és a única que tem medo Cat. Todos os dias, eu tenho medo que encontres alguém melhor que eu, alguém que seja e te trate melhor, alguém que te dê tudo aquilo que tu mereces.
- Isso não vai acontecer, não tens razões para ter medo Harry. – Constatei.
- E tu também não as tens, mas continuas com esse medo, todos os dias. Certo? – Respondi-lhe com um sim quase inaudível. – Quando se ama, tem-se medo. Medo de perder essa pessoa. Medo de poder magoá-la com uma simples palavra, com um ato. Medo de não sermos bons o suficiente para amar essa pessoa. Durante este mês e meio que estamos juntos, todos os dias eu tive medo. Tive medo que conhecesses algum rapaz na Universidade, na cafetaria, ou no caminho para casa, e que esse mesmo rapaz te fizesse perceber que eu não sou bom para ti. – Harry suspirou – eu amo-te Cat.
- E eu amo-te ti, Harry.
- Então vamos aproveitar o tempo que ainda temos, porque eu não quero perder nenhum momento que ainda posso aproveitar contigo.
- Mas tens que descansar Haz, o voo é daqui a menos de duas horas…
- Eu descanso durante a viagem, sim?
(…)
Com a promessa que não nos esqueceríamos um do outro, assim ficamos até à hora da partida. Nos nossos corações, uma certeza: a viagem não serviria para nos afastar mas, para clarificar o quanto nos amávamos.