One-Shot - Photographs and Memories.
Aviso: Coloquem em pausa o leitor de música que se encontra no fundo do blogue, e leiam esta one-shot com a música que se encontra neste post
One-Shot - Photographs and Memoreis.
Era tão estranho estar naquele sítio sem a presença James. Porque é que nada corria como Mónica mais desejara? Porque é que era tudo tão difícil? E porque é que Mónica nunca tinha respostas para as perguntas que lhe surgiam na sua cabeça? Mónica precisava de sair dali, precisava de se mudar rapidamente. Mudar de casa. Mudar de rua. Mudar de cidade. Mudar de país. Precisava, desesperadamente, de encontrar um sítio onde nada lhe lembrasse de James mas até o mais simples movimento lhe fazia lembrar o rapaz moreno que há um ano antes lhe tinha conquistado o coração. A rapariga de cabelos pretos pelos ombros, suspirou e levantou-se do banco de madeira antigo que ocupara momentos antes.
Olhou ao seu redor e martirizou-se por estar no local onde James a tinha beijado pela primeira vez. Era assim tão difícil esquecê-lo? Era, era até doloroso pensar que tinha de o fazer. Tinha de eliminar James da sua vida quer ela quisesse ou não, James nunca mais voltaria a ocupar um lugar na sua vida. Há medida que caminhava para a saída do parque da cidade, várias recordações lhe vagueavam a mente. Lembrava-se perfeitamente do que ele tinha vestido na primeira vez que o vira: um blusão vermelho, umas calças de ganga escuras, e uns ténis da sua marca preferida igualmente encarnados. O dia tinha decorrido de maneira monótona, igual a tantos outros, mas a partir do momento que James entrou na pastelaria - que Mónica frequentava todas as tardes – tudo fez sentido. Não poderia dizer que acreditara em amor à primeira vista mas, que algo a tinha colado a James desde a primeira troca de olhares ninguém poderia negar. James, pareceu sentir o mesmo e depois de pedir o seu café bem cheio, dirigiu-se à mesa que a rapariga de cabelos pretos ocupava e com a desculpa mais esfarrapada que alguma vez ouvira, meteu conversa com ela. Ficaram ali horas, e só saíram quando a empregada começou a arrumar as mesas.
Enquanto percorria as ruas que a levariam a casa, Mónica não pode deixar de reparar em todos os casais que por ela passavam. De certo modo, todos lhe faziam recordar os momentos a dois que ela tinha partilhado com James. Provavelmente, há uma semana atrás eram eles que se passeavam por aquelas mesmas ruas, de mãos dadas e a sorrir ternamente um para o outro. Provavelmente, eram eles os dois que há uma semana atrás estavam do outro lado da rua, sentados num dos bancos de pedra a dividir o seu gelado favorito. Provavelmente, eram eles os dois que há uma semana atrás partilhavam um abraço no meio da estrada, sem se preocuparem com os carros que passavam. Agora, o que ela tinha não era o que ela queria. O provavelmente não passava de uma mera possibilidade que agora ocupava a sua memória. Não sabia o que queria, não tinha o que queria. Ninguém a conhecia tão bem como James. Ela necessitava dele a seu lado mas já não era possível possuí-lo.
Assim que chegou a casa, Mónica despiu as calças de ganga que trazia e a t-shirt que lhe cobria o tronco e apressou-se a vestir uma das camisolas que James tinha deixado para trás. De todas, aquela era a preferida da ex-namorada. Chegava-lhe quase aos joelhos e o perfume que ainda possuía era tão reconfortante. Num ato muito simples, pegou no seu telemóvel e desligou-o. Não queria ser incomodada por ninguém, queria apenas desfrutar do momento que iria seguir.
Deitou-se na enorme cama de casal que ambos tinham comprado, e depois de ligar o computador ficou ali a tarde inteira a rever todas as fotografias e todos os vídeos que tinha de James e dela, enquanto casal. Era tudo o que lhe restava: fotografias e memórias.