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Sweet Nothing

Sweet Nothing

Seg | 16.07.12

Double-Shot - O rapaz da porta ao lado. #Parte 1

Se quiserem ouvir com esta música, estão à vontade.

Joanne trazia a irmã mais nova pela mão, que teimava a caminhar a passo lento pois o calor abrasador que se fazia sentir na cidade não ajudava muito à preguiça de Megan. Os seus pais não se encontravam em casa, estavam a fazer mais um dos enormes turnos diários no Hospital Central, o que tornava Joanne responsável pela sua adorável pequena.

 

- Megan, tenta andar só um bocadinho mais rápido estamos quase a chegar a casa. - Reclamou Joanne pela segunda vez.

 

- Já disseste isso – antes de continuar, Megan consultou o seu relógio cor-de-rosa que envergava no pulso – à cinco minutos atrás e a verdade é que nunca mais chegamos. Ainda falta muito?

 

- Quem te ouvir vai pensar que não sabes a casa onde moras, Megan. Vês a loja de gomas da senhora Rose, – Joanne esticou o braço e com o indicador apontou para uma loja rústica que as irmãs tão bem conheciam – só temos de atravessar a rua e estamos em casa.

 

- Podemos passar para dar um beijinho à senhora Rose? – Megan queria mais do que um beijinho, disso Joanne não duvidava.

 

 

- Sim, cumprimentamos a senhora Rose e compramos uma garrafa de água – disse-lhe a irmã mais velha, aproveitando para acelerar o passo e prender a mão da irmã contra a sua – deves estar com sede, amor.

 

A pequena confirmou a suspeita da irmã e rapidamente bradou: - Eu tenho aqui dinheiro que a mãe deu por isso tu compras a água e eu gominhas para as duas. “Shim? “

 

- Sim meu anjo, como tu quiseres. – Não custava nada fazer a irmã feliz.

 

Não demoraram nada a chegar à loja de gomas, Megan tinha acelerado o passo e tudo se tornou mais fácil. Quando entraram na loja um vento agradável chegou à cara de Joanne, como era reconfortante estar num estabelecimento com ar condicionado. Megan soltou a mão da irmã mais velha e correu desenfreadamente entre os clientes até chegar a Rose, a dona da loja.

Por sua vez, Joanne retirou os óculos de sol que protegiam os seus olhos negros da radiação solar intensa e aproveitou para dar um jeito na sua trança, que prendia o seu cabelo escuro. A loja estava cheia, várias pessoas estavam ao balcão pois mesas disponíveis não havia e quase todas elas se encontravam com latas de refrigerantes vazias, garrafas de água no mesmo estado e copos com gelo quase líquido. Uma senhora abandonou a loja, o que permitiu a Joane ocupar o seu lugar perto do balcão sendo de imediato atendida pelo marido de Rose, William.

 

- Boa tarde, minha querida. Está um calor insuportável não está? – Cumprimentou-a o senhor de bigodes afáveis.

- Está mesmo senhor William, mal se pode andar na rua. – Constatou Joanne, sorrindo.

 

- E a sua pequena? Já tenho saudades dela e ainda ontem cá esteve com o seu pai. – William e Rose acarinhavam bastante Megan, considerando-a a neta que nunca tiveram.

 

- Mal entrou na loja correu logo para os braços da sua senhora, agora das duas, uma: ou está de volta das gomas a escolher o enorme saco que vai levar para casa, ou está metida na cozinha.

 

William limitou-se a sorrir percebendo de imediato que Joanne tinha razão: - Aquela garota é um mimo e é tão bonita. Imagino a quantidade de rapazes que andam atrás dela no infantário.

 

- É um namorado novo todos os dias, enfim … crianças.

 

- O que importa é que é uma menina saudável e cheia de alegria. Com isto tudo nem lhe perguntei, o que vai tomar?

 

- Uma garrafa de água fresca, senhor William.

 

- Pequena ou média?

 

- Média, se faz o favor.

 

- Sem favor, menina, sem favor. – E sorrindo, retirou-se para ir buscar o pedido de Joane.

 

Joane deu uma vista de olhos pela loja, na maioria eram pessoas adultas e alguns adolescentes que a preenchiam naquele dia típico de Verão. Ter saído numa das horas de calor com Megan não fora uma boa ideia, mas tanto ela como a irmã estavam saturadas de estar fechadas em casa. Tinham ficado cerca de dez minutos no parque da cidade, eram poucas as crianças que lá estavam o que tinha aborrecido Megan. Agora que reparava bem nas pessoas que se encontravam na loja, reconheceu o seu novo vizinho. Conhecia-o apenas de vista, pois no dia em que ele e a família chegaram, Joanne não estava em casa e por isso não foi fazer a “típica” recepção: oferecer um cabaz de boas-vindas e apresentar-se. Sabia que era casado com uma senhora de nome Anne e ambos tinham um filho, da mesma idade que Joanne. Não o conhecia, nunca foram apresentados e por estranho que parecesse nunca lhe tinha posto “a vista em cima”. O riso da sua pequena irrompeu no ar e logo atrás dela, saída da cozinha, vinha Rose também a sorrir. Enquanto Rose se dirigiu para o balcão para receber alguns pagamentos e entregar dois pedidos, Megan deu a volta e corria em direcção à irmã mais velha. No preciso momento em que a porta de entrada se fechou e o novo cliente deu dois passos, Megan embateu contra o mesmo, acabando sentada no chão. Joanne, automaticamente pulou do banco em que estava sentada e dirigiu-se a passo apressado ao encontro da irmã.

 

Obrigada por terem lido, deixem o vosso o comentário. 

Não se esqueçam, ainda falta a última parte .

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