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Sweet Nothing

Sweet Nothing

Seg | 02.04.12

Before you leave me - Capítulo V

 

Before you leave me - Capítulo V

(…)

 Saí da casa de banho embrulhada numa toalha e dirigi-me de imediato ao quarto onde dormia. O que haveria de vestir? Senti o pequeno estalido do esquentador o que me indicou que Zayn já estava a tomar duche, tinha de me despachar. Optei por uns calções curtos, um top acompanhado com uma casaca de couro e uns sapatos de salto alto pretos, a noite estava bastante agradável e de certeza que não iria ter frio. Ainda com o cabelo molhado dirigi-me à cozinha para ajudar Rose na cozinha, onde recebi bastantes elogios: não podia negar, eu considerava-me bonita. Não, não era convencida mas quando olhava para o espelho não pedia melhor, sentia-me bem e perfeitamente saudável como era. Charles, sempre muito protector, aconselhou-me a vestir umas calças mas Rose, alertou-me para o facto de Charles não se referir ao frio mas sim aos olhares alheios. Era bom, era realmente bom sentir-me protegida de todos os lados, sentir-me integrada era tudo o que eu pedia e a cada dia que passava o meu desejo realizava-se.

- Zayn – Rose tinha um timbre bastante elevado – despacha-te que a Colbie tem de ir secar o cabelo e ainda demora um bocadinho, além disso o jantar está quase pronto.

- Calma mãe, estou aqui e ainda não virei surdo mas … - Zayn interrompeu o seu discurso e olhou-me de alto a baixo umas duas vezes sorrindo abertamente, conseguindo que as minhas faces rosassem um pouco – se continuares a berrar dessa maneira pouco deve faltar.

- Que engraçado que nós estamos menino Zayn. – Retorquiu-lhe Rose. – Diz-me lá de tua justiça, a Colbie não está um …

- A Colbie tem de se acabar de arranjar. – Bradei, saindo da cozinha logo de seguida.

Coloquei um bocadinho de espuma, rímel preto e um gloss para dar brilho e estava pronta. Não era adepta de exageros. Desci para jantar, ajudei Rosalie a arrumar a cozinha mas consegui arrastar Zayn e Charles para as tarefas domésticas. A campainha soou e Zayn não voltou à cozinha, ficou-se pela sala.

- Amanhã acabas tu de lavar a loiça – barafustei assim que entrei na sala e vi Zayn acompanhado por Harry, ambos agarrados ao comando da playstation. – Hey, Harry.

- Hey Colbie, - tal como Zayn, Harry percorreu-me com os olhos e sorriu – a culpa foi minha eu é que cheguei cedo mas, se este menino amanhã usar avental eu quero ver.

- ‘Tá caladinho puto. Estás pronta, Colbie?

- Sim, e a Mary já me mandou uma mensagem a dizer que já está lá a maioria e só faltamos nós. Eu já lhe respondi que estávamos a sair de casa, por isso despachem-se. – Recomendei-lhes em tom autoritário e dirigi-me para fora de casa.

- Adeus mãe, adeus pai. – Despediu-se Zayn, vestindo o casaco de cabedal preto que lhe assentava tão bem.

- Adeus tia Rose, adeus tio Charles. – Harry tratava os pais de Zayn por tios uma vez que ambas as famílias se conheciam desde tenras idades.

- Vá apressada, vamos? – Inquiriu Zayn.

- Estou à vossa espera.

- Vamos a isso, festa latina aqui vão os machos. – Harry tinha sempre o seu lado brincalhão fosse qual fosse a situação.

(…)

- Colbie, - Mary veio a correr na minha direcção e deu-me um pequeno abraço – demoraram tanto tempo.

- A culpa foi nossa, Mary. – Desculpou-se Harry. – Isso é tudo para o Niall?

- Queres estar caladinho? – Inquiriu Mary num tom nada amigável.

- Vá, deixem-se disso porque daqui a pouco o Niall chega e deixamo-lo mais acanhado do que aquilo que ele já é. – Bradou Zayn, soltando um sorrindo e recebendo uma chapada no braço. – Auch.

- Anda, Colbie. – Mary puxou-me pela mão e deixamos os rapazes sozinhos.

Com alguma agilidade e sem interromper os movimentos executados pelos adolescentes que se encontravam no jardim a aproveitar a música, chegamos a uns sofás de madeira e com umas almofadas laranja bastante confortáveis.

- Com que então … o Niall e tu?! – Perguntei-lhe divertida com a expressão que o seu rosto formou ao ouvir o nome do loirinho envergonhado.

- Eu e o Niall, nada. N-A-D-A.

- Mas gostavas …

- Eh pá, pareces o Zayn. A vossa convivência está-te a fazer mal Colbie, por favor não apanhes os tiques dele. – Implorou olhando para as estrelas como se pedisse um desejo.

A prima de Mary tinha uma veia mexicana e como tal, a música que se ouvia na festa era toda com um sotaque espanhol, latino, que eu adorava.

- Bailamos? – Perguntei-lhe utilizando o pouco palavreado que possuía no que toca à língua espanhola.

- Sí. – Respondeu-me prontamente.

Direccionamos-mos até ao centro da pista improvisada e começamos a dançar ao ritmo da música. A noite estava bastante agradável, não estava muito fria e para mim era o ideal. Pelo canto do olho, vi Niall chegar e juntar-se aos rapazes que se encontravam nos sofás que até há momentos atrás, estavam ocupados por mim e por Mary. O olhar de Niall fixou-se em Mary e ali permaneceu, pelo menos até ser interrompido por Harry. 

- "She's movin' like a rock star, movin' as a porn star." – Uma das minhas músicas favoritas começou a tocar e foi impossível não entrar no ritmo e cantar.
- "Dale go you don't stop , ya no te pares dale mami" – continuou Mary.
-"Mueve loca, bésame la boca, fuerte como roca. Verano azul pa'ti pa'mi" – cantamos as duas, e constatamos que ambas sabíamos aquela música: mais uma coisa em comum.

- Mary, disfarçadamente olha para o sítio onde está o Zayn e o Harry. – Pedi-lhe dando ênfase à palavra "disfarçadamente." – Vais negar, que o Niall estava a olhar para ti?

Mary olhou-me um pouco envergonhada e nada disse. A sua cabeça voltou a rodar na direcção dos rapazes e desta vez, Mary não permaneceu calada: - Do mesmo modo que ele olha para mim, o Zayn está vidrado em ti.

- É normal que assim seja – defendi-me – os pais dele pediram-lhe para que ele estivesse de olho em mim.

- Deixa-me rir, Colbie. – Indagou continuando a dançar.

Não pude deixar de reparar que Mary tinha razão, Zayn olhava-me e o facto de isso estar a acontecer sucessivamente, incomodava-me.

- Mary, vou buscar alguma coisa para beber. Queres? – Perguntei-lhe.

- Não, obrigada. – Respondeu-me indicando-me com um leve movimento de cabeça o lugar onde a geladeira com as bebidas se encontrava.

Não foi fácil passar pelo meio da multidão que aos poucos tinha preenchido o jardim daquele espaço. A prima de Mary encontrava-se no "bar" a repor algumas bebidas e atenciosamente deu-me um copo com vodka preta, quando me preparava para regressar para o lugar onde tinha deixado Mary, um rapaz alto barrou-me o caminho.

- Posso-te oferecer uma bebida? – Perguntou-me aquela figura alta de cabelo espetado e com um piercing na sobrancelha.

- Como vês, já me encontro servida. Obrigada na mesma. – Tentei escapar-me para a direita mas ele seguiu-me os passos, barrando-me pela segunda vês o caminho.

- Eu sei, mas não queres acabar essa e tomar outra?

- Algum problema, Daniel? – Harry apareceu e acabou por me "salvar" daquele idiota.

- Nenhum, Styles. – Daniel sorriu-me e seguiu o seu caminho.

- Harry, quem é este idiota? – Perguntei-lhe quando nos dirigíamos para os sofás.

- Acabaste de conhecer o maior palerma do liceu, Daniel Steves, mais conhecido por Danny. – Respondeu-me sentando-se ao lado de Niall.

- O que é que esse palhaço já andou a fazer? – Perguntou Zayn, visivelmente alterado.

- Calma, - pedi, ocupando o lugar vago ao lado de Mary que entretanto se tinha juntado a nós – ele queria oferecer-me outra bebida.

- Colbie, tem cuidado com ele e não lhe dês confiança. – A voz de Mary soou com um certo nervosismo e o ambiente estava mais tenso que o normal.

- Eu não lhe dei confiança alguma, aquele idiota é que se foi lá meter e quando me tentei vir embora colocou-se à minha frente. – Expliquei-lhes, sempre com o olhar atento de Zayn. – Depois o Harry apareceu e esse tal Daniel seguiu o caminho dele.

- Óptimo. – Finalizou Zayn e permanecemos em silêncio.

- Pessoal, que eu saiba isto é uma festa e como tal os rabos têm de sair dos sofás. – Mary já estava saturada de estar sentada, tal como eu. – Vá lá, por favor.

- Vá, vamos dançar que daqui a nada as aulas começam e depois: adeus festanças, olá livros. – Harry já se encontrava de pé e num movimento rápido, ergueu-me. Niall, deixou-nos a todos surpresos e, puxou Mary pela mão levando-a para a pista.

- Tu não vens, Zayn? – Perguntei-lhe.
- Não me apetece muito, vão vocês. – Aconselhou e cabisbaixo assim ficou nos sofás.

(...)
Depois de dançar umas sete vezes com Harry e de termos ido uma vez fazer figuras tristes ao Karaoke, utilizei a desculpa dos saltos altos e dirigi-me ao mesmo lugar onde Zayn tinha ficado.

- Vais-me contar o que se passa? – Sentei-me a seu lado e fixei os meus olhos num ponto fixo, bem à minha frente.

- Não se passa nada, Colbie. Vai divertir-te.

- Eu vou divertir-me e tu ficas aqui? Amuado? Não me parece bem.

- Eu não estou amuado, - os meus lábios proferiram um som nada conformado com o que Zayn tinha dito. – A sério que não estou.

- Eu não sou burra nenhuma, ficaste assim desde que o outro estúpido se meteu comigo. – Abordei-o.

- Aqui, não é o lugar exacto para falarmos disto. – Respondeu-me e esticou-me a sua mão direita. – Não me vais largar enquanto eu não dançar, certo?

- Já me começas a conhecer, gosto disso. – Ambos sorrimos. – E não, não te vou largar até tu me mostrares que não sabes dançar.

- Prepara-te para ficares surpreendida.

- Cuidado com ele. – Brinquei e dirigimo-nos para a pista.
Ambos dançávamos e devo confessar que fiquei surpreendida por Zayn se mexer tão bem. A voz de Harry surgiu ao microfone e todos lhe prestamos atenção.

- Hey pessoal, eu sei que não devia estar a interromper o vosso divertimento mas todas as festas têm de ter um momento mais calminho, certo? – Harry não esperou que lhe respondêssemos, nem era essa a sua intenção – Manos, agarrem na rapariga mais bonita que estiver a vossa frente e dancem bem agarradinhos. Meninas, deixem-se envolver. Música, Jess.

Jess era o nome da prima de Mary, que mal carregou no play já Harry a agarrava pela cintura. Os olhos castanhos de Zayn olhavam-me e aproximei-me dele no preciso momento em que ele se aproximou de mim. As suas mãos apoiaram-se na minha cintura e as minhas ladearam o seu pescoço, a pouco e pouco acompanhamos o ritmo que a canção impunha. O meu rosto encontrava-se encostado ao seu peito, permitindo-me inalar o seu perfume.

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