Dreams Of Love - Capítulo XXVI – Com cordas bem fortes.
Quem é que já tinha saudades de mais um capítulo da fan fic? Quem é que já sentia a falta de um dos meus chatinhos capítulos? Agora a sério, leiam e deixem a vossa marquinha. Este é um dos maiores capítulos e tem dois pontos de vista :D . Quero também dizer que roubei uma pequenina ideia à Drii, desculpa minha querida, estou-me a referir aos gifs antes dos capítulos pois, achei uma boa ideia e sempre que arranjar um que represente um movimento ou expressão durante o capítulo vou colocar. Deixo-vos com o capítulo e quero já dizer que amanhã tenho de postar uma plaquinha.
Nota: O que está a cor mais cinzentado, é um momento do capítulo anterior.
Capítulo XXVI – Com cordas bem fortes.

O dia de Natal tinha chegado muito rapidamente, os pais de Fábio e de Andreia vinham passar o Natal connosco a Lisboa e por isso a casa iria estar cheia. A mãe de Fábio, a minha querida Tia Josefina há muito tempo que se encontrava na cozinha juntamente com Andreia e a sua mãe, a preparar a ceia de Natal. Fábio, e os restantes homens conversavam alegremente na sala. A mim, coube-me a tarefa de decorar a sala e a mesa de jantar, nada de muito difícil. Antes, não apreciava a época natalícia pois esta época é a época da família e da harmonia e na minha casa, com os meus pais isso não acontecia. No Natal anterior, tinha ficado sozinha em casa porque os meus pais encontravam-se de serviço… Ou seja, a meia-noite foi passada a assistir a um filme nada interessante ou muito meloso que passam na noite de natal. Hoje, neste dia sabia que ia ser diferente. Sabia que pela primeira vez teria um Natal verdadeiro.
- Oh minha querida, a sala está tão bonita. – A tia Josefina, tinha chegado da cozinha e num gesto carinhoso colocou as suas mãos nos meus ombros.
- Achas mesmo, tia? – Perguntei-lhe duvidosa do resultado do meu trabalho.
- Claro que sim minha querida, fizeste uma óptima escolha. O beje e o vermelho ficam sempre bem numa época tão propícia à união e à amizade. Já para não falar na preferência que esta família tem para o vermelho … - Respondeu-me mencionado a preferência clubística da família.
- Tia, ainda não tive oportunidade de lhe agradecer tudo o que fez por mim. Eu sei que o Fábio e a Andreia não conseguiram convencer os meus pais sozinhos, eu sei que você e o tio tiveram uma grande contribuição para que a minha vinda para cá fosse possível. Estou-lhes eternamente grata.
- Oh minha querida, mas o que vem a ser isso? Não precisas de nos agradecer. Nem a mim, nem ao Fábio nem a ninguém. Nós sabíamos que tu não estavas feliz, e queríamos que esse teu sorriso voltasse a surgir nessa carinha laroca. Não fizemos mais do que a nossa obrigação. – Envolvemos-mos nos num abraço onde tentei demonstrar todo o meu agradecimento. A tia Josefina era como se fosse uma segunda mãe, ou mesmo a minha verdadeira mãe.- Anda daí, vamos provar as rabanadas.
O jantar de família decorreu alegremente e com a mesa cheia das variadas tradições portuguesas. Se a anos atrás me perguntassem se achava que algum dia teria uma verdadeira noite ou jantar de família, a minha resposta era sem dúvida alguma um rotundo não. Agora, eu tinha isso e era o melhor presente de Natal. Deixamos a sala de jantar e depois de estar arrumada, reunimo-nos na sala de convívio. Enquanto os meus tios e os pais de Andreia tagarelavam sobre política e o país, eu e Fábio andávamos de volta da árvore de Natal.
- Fábio, ainda és pior que a tua prima. Pára com isso, amor. – Advertiu divertida Andreia enquanto nos observava a tentar descobrir o que se escondia debaixo de alguns dos embrulhos. – Mariana e tu também.
- Oh amor, tu estás aí rodinha para saber a minha prenda mas como sabes que não está aqui, não te deste ao trabalho de procurar. – Fábio fez-lhe uma careta carinhosa e continuou a sua pesquisa. – Mariana vá, desanda daqui porque tu já me estás a baralhar.
- Ah eu estou-te a baralhar? Quer dizer, uma pessoa chega aqui primeiro e ainda tem desculpa por ser mais nova e tem de ouvir isto? Sai tu, és mais velho e tens de dar o exemplo. – Resmunguei-lhe.
- Vocês realmente … - censurou divertida a mãe de Fábio. – Até se pode dizer que são irmãos, a mesma teimosia, e a mesma infantilidade apesar de já serem bem crescidos.
- Eih, oh mãe essa doeu.
- Está caladinho Fábio Alexandre, deixa isso e anda para aqui.- Fábio dirigiu-se até à mãe e deu-lhe um beijo na bochecha e fez o mesmo a Andreia. – Querida, o teu telemóvel está a tocar.
Sorri-lhe como sinal de agradecimento, fiz uma careta a Fábio e corri até ao andar de cima onde tinha deixado o telemóvel. No ecrã, apareceu o nome que de imediato me despertou um sorriso.
(David)
- Teimosinha, é agora que cê admite que se veio despedir dji mim? – Perguntei-lhe com um tom de acusação na voz.
- Vejamos … Como eu estou farta que você me encha o saco, eu admito. Eu vim-me despedir de ti. – Sorriu-me e levou a que todos os meus músculos se contraíssem uma vez que os seus lábios tinham depositado um beijo no meu rosto. Ela era uma gracinha quando imitava o meu sotaque.
- Davi’ onde cê tá? – Ouvi a voz de Belle vinda de dentro, ela andava à minha procura. – Davi’.
- No jardim, Belle.- Vi o seu rosto aparecer na porta de acesso ao jardim e o seu corpo caminhou até junto do meu.
- Está pensando em quê? – Me perguntou quando se encontrava a meu lado e de olhos postos em mim.
- Em nada não, Belle. Porque é que eu tenho de estar pensando em alguém? – Sempre era melhor responder-lhe com uma pergunta. Ela me conhece bem demais.
- Cê cada vez se enrola mais, acabou de confessar que estava pensando em alguém Davi, e quando cê se isola do mundo e vem pra este lugar você está pensado, é assim desde pequenino. Conta aqui prá sua irmã. – Insistiu Belle.
- Não é nada demais, Belle. – Belle juntou as sobrancelhas numa cara bastante inquisidora, e tive de continuar. – Pronto … É uma menina, a melhor amiga do manz.
- Nunca me falou dela … - Belle sentou-se na grama do jardim, a conversa teria de continuar pois ela nunca desiste de saber tudo.
Imitei o seu gesto e lhe respondi: - Ela só chegou a Lisboa em Setembro, é prima do Fábio.
- E já rola algo, meu irmão?
- Não, larga essa ideia boba. Eu não gosto dela dessa maneira Belle, eu não amo ela. Ela é especial, é divertida, tem um sorriso lindo, simpática, tem uma coraçãozinho frágil, é amiga do seu amigo, é louca como o manz, teimosinha, honesta, tem cara de menina mas ao que pude perceber passou muita coisa difícil … - foi inevitável que os meus músculos se contraíssem num sorriso ao lembrar Mariana. – Já disse que tem um sorriso lindo? - Peguei no meu celular e percorri a galeria até encontrar a foto do último jantar do time aquando da vitória sobre o Porto. Mariana se encontrava nas cavalitas do manz e eu estava do lado dele, eu e o manz fazíamos cara feia para a objectiva enquanto ela, sorria. – É ela.
Belle retirou o telemóvel das minhas mãos e sorriu ao encarar a fotografia.
- Davi, Davi… quer que eu lhe seja sincera? – Eu anui com a cabeça perante a sua afirmação. – Cê está amarradão na minina, e sabe como eu sei? Os seus olhos brilham quando prenuncia o nomi dela, e ao vê-la brilham o dobro, e não é só isso. – Belle se levantou e sacudiu as calças, e me deu o celular - o que você mais aprecia numa garota é a capacidade de sorrir e de fazer rir, isso eu tenho certeza que ela faz. Você até pode pensar que não está mas que está, está. Está amarradão na garota, e com cordas bem fortes.
Belle de certa maneira tinha razão, eu apreciava uma garota que soubesse sorrir e acima de tudo rir. Rir das suas próprias asneiras, rir acompanhada e acima de tudo que me fizesse rir e sorrir. Mariana era assim mas …
Percorri a lista de contactos e quando encontrei seu número, carreguei na tecla verde. Ouvi o típico “pi que dava sinal que estava chamando… Uma vez, duas vezes, três, quatro … e a quinta ela atendeu.
- Olha quem é ele, estava a ver que do outro lado do mundo não havia rede. – Começou logo pegando comigo, ela era assim mas eu não me deixava ficar.
- Com saudadji minha, pequenina? – Não deixei que me respondesse. – Eu sei que você sente a minha falta mas, daqui a dias você me atura de novo.
- Não, o meu nível de saudades tuas é de zero … Não, zero não. É de menos cem, perto dos cento e cinquenta. – Ela sempre tinha resposta na ponta da língua.
- Me engana que eu gosto, garota. Como eu sei que você deve estar eufórica para abrir as prendinhas que nem uma menininha eu decidi ligar agora. – Fiz as contas mentalmente e pude verificar que em Portugal pouco passavam das vinte e duas horas.
- Menininha? – Inquiriu imitando o meu sotaque. – Falou o bebezinho casmurro que não me diz qual é a minha prenda.
- Que curiosa você saiu, garota. Você detesta que eu lhe chame dji neném, não é?
- Já devias saber, oh caracolinhos.
- É, eu sei disso mas agora você está marcada como minha pequenina. Meu coração escolhe, e por mais que você me dê na cabeça ela não transmite isso ao coração. – Consegui perceber que fiz ela sorrir, e permanecemos calados escutando a respiração um do outro durante dois minutos, até minha mãe chamar.- Pequenina, bom natal. Se comporte e rasgue o papel direitjinho, viu?
- Obrigada, bom natal também pra ti David. Sim, eu rasgo e até os guardo para tu veres.
- Fico esperando, eu quero ver isso. Beijinhos, se diverte garota.
- Faz o mesmo, beijinhos oh caracoleta.
- Pequenina mandona.
- Gigante teimoso.
E foi com um sorriso no rosto que o telefonema terminou.